O Bradesco anunciou nesta
quinta-feira (29) um PDV (Programa de Demissão Voluntária), o terceiro entre os
grandes bancos brasileiros a adotar a medida nos últimos meses. Funcionários
podem aderir entre 2 de setembro e 16 de outubro.
Itaú e Banco do Brasil já haviam proposto incentivos a seus funcionários para que
deixassem a empresa, uma iniciativa para reduzir o número de empregados
em meio a um processo de fechamento de agências e a necessidade de cortar
custos com a queda da taxa de juros e a migração para serviços digitais.
O Bradesco não informou quantos postos
pretende cortar, mas encerrou o segundo trimestre de 2019 com 99.198 funcionários,
1.500 a mais na comparação com junho de 2018. No mesmo período, o número de
agências caiu de 4.700 para 4.581
O
PDV é voltado a profissionais com mais de 20 anos de casa. No caso daqueles que
trabalham em agências, será preciso já estar aposentado ou perto de se
aposentar.
Em
comunicado ao mercado, o banco afirmou que pagará 60% do salário fixo do mês
por ano completo trabalhado, limitado a 12.
O trabalhador terá 18 meses de
plano de saúde e odontológico e ainda receberá 6 meses adicionais do valor
correspondente ao vale-alimentação.
O Bradesco afirmou que divulgará o custo com o PDV e o número de
adesões apenas após o fim do prazo do programa.
O banco da Cidade de Deus gastou R$ 4,2 bilhões com salários
fixos e benefícios apenas no segundo trimestre deste ano, uma alta de 6,8% na
comparação com abril a junho de 2018.
O PDV ocorre apesar do discurso otimista do presidente do banco,
Octavio de Lazari, com a recuperação da economia.
"Em 40 anos de mercado financeiro, nunca vivi com nível de
taxa de juros tão baixo, inflação tão baixa e preços ancorados. Apesar de todas
as dificuldades não dá para não ser otimista”, disse Lazari após a divulgação
dos números do segundo trimestre.
VALOR ECONÔMICO