Giambiagi alerta que falta de reformas pode levar o País a um desastre


O economista Fábio Giambiagi, chefe do Departamento de Pesquisas Econômicas do BNDES, fez uma advertência: o impacto da desvalorização cambial das últimas semanas sobre a economia brasileira vai se mostrar “café pequeno” em comparação às turbulências que poderão acontecer nos próximos meses se o mercado financeiro concluir que as reformas, em especial a da  Previdência, não serão realizadas.

 

“Não sei se há espaço para incorporar más notícias, mas é preciso passar para a sociedade que há um cenário de desastre”, advertiu Giambiagi.

 

Em artigo no mesmo jornal, Rubens Cysne, professor da FGV, também alerta que o atual quadro fiscal do setor público não pode ser mantido por mais tempo e fornece muitos números que confirmam isso. Segundo ele,  como o crescimento do valor real da dívida líquida é tautologicamente igual ao déficit calculado com juros reais, conclui-se que para zerar o crescimento do endividamento seria necessário um superávit primário de 4% do PIB. Como, atualmente, se tem um déficit primário em torno de 2,1% do PIB, zerar o crescimento da dívida líquida real exigiria um esforço fiscal da ordem de 6,1% do PIB.

 

Depois de fornecer outros tantos números, Cysne conclui que “o País teria que alterar fortemente sua trajetória fiscal no futuro próximo. Fatores subjacentes ao ajuste de ordem política, social, institucional, econômico e financeiro, devem ser rapidamente preparados para a mudança”.

 

Já o economista Roberto Macedo escreve artigo onde, também com muitos números, mostra que as despesas com a Previdência não apenas estão tirando recursos de outras áreas, como ampliam a dívida pública.

Macedo, cujo artigo recomendamos a leitura na íntegra, conclui observando que “omitindo-se quanto à reforma previdenciária, os congressistas jogaram ácido em despesas que não deveriam fazer parte de uma política social efetivamente avançada e não comprometida com gastos que se mostram incompatíveis com a realidade financeira e demográfica do País. Além disso, a falta de soluções se configura como uma bomba fiscal que perigosamente se aproxima do tempo em que está armada para explodir”.



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