BANCO DO BRASIL


CGU investiga demissões de comitê de auditoria do Banco do Brasil

Processo quebrou regras de governança do banco, que acusou ex-executivos de fraude em programa de demissão incentivada

A CGU (Controladoria-Geral da União) investiga se a cúpula do Banco do Brasil agiu de má-fé na demissão dos dois principais dirigentes do Comitê de Auditoria Interna no final do ano passado.

No início deste ano, a CGU anulou o processo da demissão pela forma como foi conduzido, mas ainda analisa o mérito. 

Nesse período, o banco reintegrou três assessores do comitê que tinham sido afastados. O auditor-geral e seu principal assessor —demitidos por justa causa— recorreram à Justiça.

O auditor Aureli Balestrini conseguiu uma liminar determinando que fosse readmitido. 

O Banco do Brasil recorreu, mas perdeu. Balestrini foi readmitido em uma posição inferior, com salário menor.

Ele e seu principal assessor, Alexander Alves Pires, foram desligados no final do ano passado. 

O BB afirma que ambos fraudaram as regras do programa de desligamento do banco, permitindo que mais pessoas da própria auditoria saíssem ganhando um bônus.

Segundo a CGU, com isso, o banco gastou cerca de R$ 2 milhões a mais.

Ambos negaram as fraudes e, por isso, recorreram à CGU e também ao TCU (Tribunal de Contas da União). 

Às autoridades eles denunciaram um plano da cúpula do BB e de seu conselho administração de acabar com o trabalho da auditoria interna.

Ao todo, foram duas demissões e seis destituições de cargos (afastamento) de auditores auxiliares.

Balestrini e Pires afirmam que os problemas começaram porque eles questionaram negócios feitos pelo BB que teriam gerado perdas ao banco.

O TCU (Tribunal de Contas da União) investiga se houve prejuízo em duas dessas operações: a venda de carteira (empréstimos do BB) para o BTG Pactual por cerca de R$ 300 milhões e a parceria do BB Investimentos com o UBS.

BANCO DO BRASIL NA MIRA

CGU investiga demissões de auditores

Qual é o problema?
Os dois principais auditores do Banco do Brasil foram demitidos por justa no final do ano passado sob a acusação de terem fraudado o programa de demissão incentivada para contemplar mais funcionários de sua área

Se houve fraude, por que o BB está sendo investigado também?
Os auditores negam a existência de fraudes e denunciaram a forma como a demissão ocorreu. Afirmaram que, no fundo, o objetivo era pôr fim ao trabalho da auditoria, que se posicionou contrariamente a dois negócios feitos pelo banco

Eles tinham razão?
Ainda não se sabe. A CGU anulou o processo porque ele infringiu as regras de governança do banco e decidiu apurar o mérito das demissões

R$ 2 milhões
Seria o valor a mais pago pelo BB a funcionários da auditoria que se desligaram graças à suposta fraude

Fonte: CGU



FOLHA DE SÃO PAULO
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