Reforma da Previdência 3


Ainda há pontos em negociação, como aposentadoria de carreiras da segurança pública. O presidente da comissão especial que analisa a reforma da Previdência na Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse nesta segunda-feira (1°) acreditar que a proposta será votada pelo colegiado nesta semana, mas alertou que sempre há o risco de adiamento, uma vez que ainda há pontos em negociação.

 

Hoje, líderes partidários, governadores, o relator da proposta, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentarão chegar a uma solução sobre a extensão das novas regras previdenciárias a Estados e municípios. Só então haverá a leitura de uma complementação de voto na comissão, o que abre o caminho para a votação da proposta.

"Acho que votamos essa semana. Mas risco sempre existe", disse Ramos à Reuters, questionado sobre a possibilidade de adiamento. "Vamos ver o clima amanhã", acrescentou.

Além da questão envolvendo os entes federativos, a aposentadoria de carreiras da segurança pública é outro ponto de tensão, de acordo com a assessoria do presidente do colegiado.

Para Ramos, a mobilização pela flexibilização das novas regras, principalmente por parte de integrantes do PSL ligados às categorias, tem trazido dificuldades para a proposta.

A oposição, em outra frente, não promete vida fácil a quem quiser correr com a votação da proposta. A estratégia número um, segundo a líder da minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), é a de obstruir a votação.

Segundo ela há pelo menos 9 pedidos para votações separadas de emendas para alterar o texto, mas antes disso haverá a tentativa de conseguir mais tempo logo após a apresentação do voto complementar do relator.

"Na apresentação da complementação de voto, a gente vai apresentar um requerimento adiando a votação porque nós precisamos de tempo para entender o voto novo, entender o conteúdo, as modificações feitas, e divulgar isso para a sociedade brasileira", explicou a líder, que considera "muito difícil" uma conclusão da votação da proposta na comissão ainda nesta semana.

Jandira explicou que a oposição trabalha, em conjunto com outros partidos, para alterar o texto por meio dos destaques apresentados e negocia, ainda, o apoio do chamado centrão a um dos requerimentos de adiamento de votação.



FOLHA DE SÃO PAULO
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br