MUNDO CORPORATIVO


Semana de 4 dias e escritórios  muito diferentes dos atuais podem ser o futuro. 

Algumas tendências parecem estar sendo desenhadas, mas a incerteza ainda é grande.                           

O retorno ao trabalho presencial em tempo integral parece algo cada vez menos provável, à medida que a variante ômicron posterga os planos de retorno ao escritório de milhões de trabalhadores e considerando ainda a forma como o mercado de trabalho atual aumentou o poder dos funcionários em muitos países. Juntando tudo isso,  as estruturas de trabalho pré-pandemia provavelmente ficarão mesmo no passado.

Em meio às atuais circunstâncias em constante mutação, é difícil indicar onde poderemos nos encontrar daqui a 12 meses. 

Mas os especialistas que estudam emprego e ambiente de trabalho identificaram algumas tendências que já estão moldando a forma como estaremos trabalhando em 2022 — e podem ser apenas uma janela para o futuro da vida no escritório.

Entre essas tendências está a adoção de semanas mais curtas e um menor número de horas diárias de trabalho.

Empresas e governos já estão explorando essa possibilidade, que de toda a forma não deverá ser estendida a um grande número de trabalhadores. 

A semana de trabalho de 40 horas, das 9 às 5, surgiu durante a Revolução Industrial — a última mudança dramática do trabalho — mas não é mais sustentável, segundo Abigail Marks, professora de futuro do trabalho da Faculdade de Administração da Universidade de Newcastle, no Reino Unido., devido ao "ritmo crescente de trabalho exigido pelos programas de videoconferência e pela necessidade de presença online contínua". 

A solução mais mencionada é a semana de 4 dias, como algo a ser implementado já em 2022.

Uma outra tendência é que os benefícios personalizados se tornem uma importante  atração de talentos. 

Para Alison Sullivan, gerente sênior de comunicação corporativa do site de empregos Glassdoor, a corrida em busca dos melhores profissionais vai se manter em 2022. 

Como resultado, as empresas desenvolverão "táticas personalizadas de gestão de pessoal", segundo Anthony Klotz, professor de administração da Universidade A&M do Texas. 

"Em vez de programas de desenvolvimento únicos para todos, as empresas começarão a investir tempo e recursos na idealização de projetos de carreira personalizados em conjunto com trabalhadores específicos", explica.

Mais uma tendência apontada por especialistas: Quando os primeiros trabalhadores finalmente retornarem ao escritório, seja em 2022 ou mais adiante, muitos encontrarão layout e funções totalmente diferentes.

Nicholas Bloom, professor de economia da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, afirma que as empresas reconfigurarão seus espaços este ano para atender às necessidades de uma nova força de trabalho híbrida e ao verdadeiro anseio das pessoas quando se reúnem presencialmente: o de trabalhar colaborativamente.

Mas a incerteza vai continuar. "Deveríamos ter aprendido uma coisa fundamental nos últimos dois anos: parar de procurar uma bola de cristal", afirma Kanina Blanchard, professora de administração da Universidade do Oeste em Ontário, no Canadá.



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