Hologramas podem ser alternativa para reuniões por
Zoom.
Aplicativo
de reuniões tem causado fadiga entre trabalhadores.
Em um estudo publicado no mês passado e amplamente
comentado, o professor Jeremy Bailenson, da Universidade de Stanford,
prescreveu quatro soluções para o flagelo dos trabalhadores de escritório em
todo o mundo: a fadiga de Zoom.
Passar diversas horas exaustivas por dia encarando
uma webcam está longe de ter sido o maior desafio que os últimos 12 meses
criaram. Mas entre as pessoas que trabalham de casa, pelo menos, esse é um
dos efeitos colaterais mais frequentes da pandemia.
O trabalho de Bailenson é o primeiro estudo
acadêmico rigoroso que analisa as bases psicológicas da fadiga de Zoom.
Ele
recomenda que minimizemos a janela do app Zoom e nos distanciemos da tela, para
preservar o senso de espaço pessoal.
A janela de vídeo que mostra nossa imagem
deve ficar oculta, e os usuários precisam lembrar de se movimentar e de
recorrer a reuniões só em áudio com mais frequência.
Mas o estudo de Bailenson não menciona sua quinta
solução para a fadiga de Zoom, que ele me diz ser sua favorita: hologramas.
Os
hologramas não são projeções ao estilo Star Wars, mas avatares realistas que
podem ser vistos por meio de headsets de realidade virtual ou “smart glasses”,
e parecem estar conosco na sala.
Substituir os rostos em uma tela por uma
representação tridimensional de uma pessoa, sentada no sofá do aposento, “remove diversos
dos problemas” das conversas por vídeo, diz Bailenson, que dirige o Laboratório
de Interação Virtual Humana de Stanford há quase 20 anos.
“O ponto chave é que
o sistema retém a geografia espacial para todas essas pessoas”.
Os participantes passariam a poder detectar a
linguagem corporal e outras indicações não verbais importantes, que não ficam
acessíveis quando vemos o interlocutor apenas dos ombros para cima.
Não seria
mais necessário olhar fixamente para a câmera, e se tornaria possível uma
movimentação mais normal pelo aposento durante a conversa.
A tecnologia que possibilitaria essa experiência ainda não
está disponível, mas deve chegar mais rápido do que a maioria das pessoas
percebe. Bailenson e Hanseul Jun, seu colega em Stanford, recentemente
demonstraram um sistema capaz de capturar imagens tridimensionais de pessoas e
transmitir um avatar via internet para um headset, em velocidade rápida o
suficiente para permitir uma conversação natural.
FINANCIAL TIMES