BENS E SERVIÇOS


Quase 60% dos consumidores têm adiado compras por causa da pandemia.

Pesquisa do FGV Ibre aponta que brasileiros estão cautelosos por temor de desemprego e vírus.

A pandemia levou quase 60% dos consumidores a adiar a compra de bens e serviços. 

Segundo sondagem especial realizada pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) feita com 1.171 pessoas, 58% dos brasileiros frearam o consumo.

O principal motivo apontado para adiar as compras é a incerteza com relação à pandemia de Covid-19 (53%), crise sanitária que levou às restrições de circulação, inibindo o consumo, e gerou insegurança em relação ao futuro.

Os consumidores também afirmam que estão poupando por precaução (31%), estão com medo do desemprego de alguém na família (19%) ou com dificuldade de obter emprego (13%).

Entre as famílias com renda de até R$ 2.100, 34% relatam como motivo a dificuldade de obter emprego, praticamente o mesmo percentual dos que citam as incertezas com a pandemia (35%).

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a taxa de desemprego chegou a 14% em setembro, maior percentual da série histórica da Pnad Covid, pesquisa criada para mensurar os efeitos da pandemia. A taxa é maior entre mulheres (17%) e negros (16%).

Outra razão para o freio nos gatos apontada na pesquisa do Ibre é a falta de recursos —cerca de 10% dizem não ter como pagar as contas. 

A perda de renda com o fim dos benefícios emergenciais é citada por 7% dos entrevistados.

Entre os 11,3% que apontaram outros motivos, muitos relataram a redução de consumo por causa da alta de preços. 

Em outubro, a prévia da inflação (IPCA-15) acelerou para 0,94%, o maior valor para o mês desde 1995.

Dados abertos do Monitor do PIB do FGV Ibre mostram que o consumo de bens voltou aos níveis anteriores à pandemia em julho e, em agosto, já estava 0,8% acima do nível de fevereiro. 

Nos serviços, ainda está cerca de 10% abaixo.

Com isso, o consumo total ainda apresenta queda de 5,8%.

Os serviços são responsáveis por cerca de 30% dos empregos, o que faz com que a lenta retomada do setor se reflita no mercado de trabalho.



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