A Previ fechou 2016 com
superávit de R$ 2,19 bilhões em seu principal plano. Foi o primeiro resultado
anual no azul em cinco anos, reduzindo o déficit acumulado da fundação para R$
13,9 bilhões. Apesar disso, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil
ainda corre o risco de ter de pedir contribuições extraordinárias dos
participantes do Plano 1, o maior e mais antigo do fundo.
Isso porque o déficit
ajustado, obtido após a precificação dos títulos na carteira do fundo, ficou
acima do limite de tolerância da Previc, órgão regulador do setor. Na prática a
Previ terá de lidar com um rombo de R$ 1,44 bilhão ao longo de 2017 para evitar
a cobrança de aportes extras.
“Estamos bastante
confiantes. No ano passado, a gente não implementou (o plano de equacionamento)
com R$ 2,9 bilhões. Este ano é metade disso”, disse o presidente da Previ,
Gueitiro Genso, em apresentação dos resultados aos participantes do Plano 1.
Ao comentar os
resultados da Previ, o executivo destacou a superação da meta atuarial (de rentabilidade)
de 11,91%, apesar do cenário adverso em 2016. Genso citou o impeachment, a CPI
dos Fundos de Pensão o aprofundamento da Operação Lava Jato e eventos externos
como o Brexit e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. A retomada da
atividade econômica foi adiada e o País fechou o ano com queda de 3,6% do
Produto Interno Bruto (PIB), a segunda seguida.
No Plano 1, a
rentabilidade foi de 15,03%, enquanto no Previ Futuro (plano de contribuição
definida) atingiu 22,52%. O principal plano da fundação terminou o ano passado
com patrimônio de R$ 160,6 bilhões, enquanto o Previ Futuro fechou com R$ 9,46
bilhões, somando R$ 170 bilhões em ativos.
Genso destacou a
recuperação do valor dos principais ativos da Previ em renda variável. Juntos,
Vale, Banco do Brasil, Neoenergia, Petrobrás e Bradesco retomaram R$ 6,6
bilhões, após perdas de R$ 13,4 bilhões em 2015. “As dificuldades que
enfrentamos em 2015 eram conjunturais.”
Estratégia
Dentro da estratégia de
reduzir a alocação em renda variável e buscar maior liquidez para arcar com os
benefícios de seus 202.172 participantes, a Previ realizou alguns
desinvestimentos.
O fundo aproveitou
oportunidades para se desfazer de uma fatia na CPFL Energia, operação que
adicionou R$ 5,1 bilhões ao caixa.
Em 2017, a estratégia
será mantida. Um dos ativos a serem vendidos será a fatia do fundo em Sauipe. A
Previ contratou um assessor financeiro para conduzir o processo, que deve ser
fechado até junho. Segundo o fundo, já há 14 potenciais compradores para o
ativo.
Hoje, 49,08% dos ativos
do Plano 1 estão alocados em renda variável, 40,33% em renda fixa e 10,59% em
outros segmentos. O desafio é reduzir a fatia das participações em um cenário
de juros em queda.
“Estamos bastante confiantes. No ano passado, a gente não implementou o
plano de equacionamento que era de R$ 2,9 bilhões. Este ano, é metade disso”,
diz Gueitiro Genso, presidente da Previ, fundo de previdência dos funcionários
do Bac do Banco do Brasil.
ISTOÉ