Relator e governo
estudam deixar só estados endividados na Previdência. Em meio à discussão sobre
o destino dos servidores estaduais na reforma da Previdência, está em estudo uma
emenda para que as medidas tenham efeito imediato apenas para os estados mais
endividados.
Assim, estados
governados pela oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) e com
situação fiscal mais sólida seriam excluídos da reforma.
É o caso da Bahia
e do Rio Grande do Norte, governados respectivamente pelos petistas Rui Costa e
Fátima Bezerra, além de Pernambuco, comandado por Paulo Câmara (PSB). Os três
integram o grupo mais contrário à reforma da Previdência.
O critério para a
linha de corte nos estados prevê que as novas regras para aposentadorias
de servidores tenham efeito imediato quando a dívida consolidada estadual for
igual ou superior a 70% em relação à receita corrente líquida, apurada no ano
de 2017.
Com isso,
a reforma teria validade para São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato
Grosso do Sul, Goiás, os estados da região Sul, Acre e Alagoas.
A sugestão foi
elaborada por especialistas em Previdência e apresentada a técnicos do governo
e ao relator da reforma, Samuel Moreira (PSDB-SP), que passou a ter forte
preferência pela emenda.
Os estados que não se
encaixarem no requisito poderiam ainda aprovar um projeto de lei com o
endurecimento das regras de aposentadorias dos servidores nas respectivas
Assembleias.
A ideia em discussão
é uma tentativa de criar um parâmetro técnico e que resolva um problema
político.
A tese é que os
estados devem ter autonomia para fazer as próprias regras para os servidores. A
União tem, porém, de se responsabilizar pelos que tem dívida alta, ou então
terá de arcar com um socorro.
FOLHA DE SÃO PAULO