Em
entrevista à agência France-Presse, Marcelo Caetano, secretário da Previdência Social
diz ser possível que os deputados aprovem, ainda este ano, um texto para ser
enviado ao Senado.
A reforma da Previdência é para o governo do presidente Michel Temer o Santo
Graal para equilibrar as contas públicas, mas o projeto patina às vésperas de
um ano eleitoral repleto de incertezas.
Apesar da resistência do Congresso e da proximidade do recesso parlamentar, no
dia 18 de dezembro, o secretário da Previdência Social, Marcelo Caetano,
acredita ser possível que os deputados aprovem, ainda este ano, um texto para
ser enviado ao Senado.
A aprovação exige votação em dois turnos e o aval 308 dos 513 deputados.
Marcelo Caetano, um economista de 47 anos, conversou com a AFP sobre a reforma.
Vai ter reforma?
Eu acredito que vai ter sim. O momento que a gente passa e o seguinte: oposição
desde uma perspectiva técnica, eu não vejo mais. O que eu vejo é mais uma
questão de natureza política para transformar isso em votos. É uma questão de
negociação, de habilidade política. É fácil? Não é fácil, mais ainda é possível
sim. Da para ter até as duas (votações na Câmara) porque pode se votar o
primeiro turno, quebrar o interstício, e votar logo o segundo turno. O que eu
posso dizer é que hoje a gente não tem votos suficientes para aprovar.
E até quando vai manter essa convicção?
Até o último dia. O governo tem a convicção da necessidade da reforma da
previdência. É uma agenda prioritária, temos uma conjunção entre o presidente
da República, o presidente da Câmara dos Deputados [Rodrigo Maia], tem sintonia
fina com diversos membros do Executivo, é uma conjunção rara e uma janela de
oportunidade. O presidente está pessoalmente empenhado nisto.
Correio Braziliense