MERCADO DE TRABALHO


Desemprego deve continuar alto apesar de recuperação, dizem economistas.

Inflação, risco fiscal e reformas são outros pontos de atenção, alertam.

O crescimento econômico no Brasil após a crise sanitária de 2020 deve se sustentar no curto prazo, mas seu desempenho dependerá diretamente da geração de emprego, da pressão inflacionária, do risco fiscal e da manutenção das reformas, avaliaram economistas nesta quarta-feira (21) em webinar da Folha e do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas.

Após o PIB (Produto Interno Bruto) favorável do primeiro trimestre, que zerou as perdas da pandemia, a perspectiva se mantém otimista, com previsão de crescimento próximo a 5% no ano, segundo Silvia Matos, pesquisadora do Ibre/FGV.

Para a economista, o desemprego impede uma projeção mais otimista para o desempenho econômico. 

A ampliação do Bolsa Família, prometida pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido), não será suficiente para compensar as perdas do mercado de trabalho na crise de Covid-19.

"A taxa de desemprego deve ficar ainda alta, apesar de a gente observar uma melhora neste ano e no ano que vem.

 A geração de emprego ainda é um desafio porque muitas pessoas ficaram de fora do mercado de trabalho", afirma.

Outro ponto destacado pelos economistas no debate foi a necessidade de manutenção da agenda de reformas.

Para Silvia Matos, da FGV, o governo federal está enfraquecido em meio à polarização política e não deveria propor novas reformas nesse momento.

Ribeiro, também da FGV, diz estar cético sobre a capacidade de a gestão atual completar as reformas propostas —tributária e administrativa. 

"A gente não precisa chegar ao fim do processo agora, mas colocar a bola em campo é importante."



FOLHA DE SÃO PAULO
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br