Crescimento populacional fará mundo mudar de cara até 2100


Fertilidade alta levará África, e não Ásia, a concentrar expansão; Brasil terá boom de idosos.

Brasil perderá nos próximos anos o posto de quinta nação mais populosa do mundo que tomou da Rússia em 1990. Com 207,7 milhões de habitantes hoje, o país será deixado para trás por Nigéria e Paquistão até 2025.

Após 2060, as populações de Congo, Etiópia, Tanzânia, Uganda, Egito e Níger também deverão superar a brasileira, que, até o fim deste século, tende a deixar o ranking das dez maiores do mundo.

As estimativas são da ONU e se baseiam nas tendências de taxas de natalidade, mortalidade e migração nas diferentes partes do mundo. 

Toda projeção está sujeita a riscos. Tendências demográficas dependem de mudanças tecnológicas, avanços na medicina, condições políticas e costumes, que podem se alterar de forma imprevisível.

Por isso, a ONU atualiza suas contas a cada dois anos (a vez mais recente, em 2017) e trabalha com três cenários.

O principal faz a projeção conforme o padrão histórico das taxas de fertilidade. Os demais consideram a possibilidade de uma queda mais rápida ou mais lenta do indicador.

Segundo especialistas, no entanto, a probabilidade de que a dança de cadeiras entre os países se desenrole na direção prevista pela ONU é alta.

O ritmo de nascimentos na Índia e na China precisaria mudar bruscamente, por exemplo, para evitar a inversão de posições dos dois países asiáticos, hoje em primeiro e segundo na lista de mais populosos, respectivamente.

Muitos dos movimentos revelados pelas projeções já estão em curso e deverão transformar o mapa mundial conforme a população do planeta avançar dos atuais 7,6 bilhões para 11,2 bilhões em 2100.

O último salto nessa escala, em termos absolutos, ocorreu em intervalo recorde de 51 anos, de 1960 a 2011, quando a Terra passou de 3 bilhões para 7 bilhões de habitantes.

Além de mais lenta, a fase atual terá contornos totalmente diferentes do boom anterior. Antes concentrado na Ásia, o crescimento tem migrado para a África.




FOLHA DE SÃO PAULO
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