Como
manobra do teto de gastos para viabilizar Auxílio Brasil pode deixar
brasileiros mais pobres.
Agravamento da situação fiscal gera
efeito cascata que pode frear atividade econômica, o que acarreta desemprego e
queda de renda.
Dinheiro extra sempre vem em boa hora, sobretudo
para quem mais precisa dele.
Por isso, faz sentido que milhões de brasileiros em
condição de vulnerabilidade vejam de forma positiva os esforços do governo
de Jair Bolsonaro para viabilizar o pagamento de R$ 400 aos
beneficiários de seu novo programa social, o Auxílio Brasil, valor superior ao do Bolsa
Família, que deixa de existir.
E, de fato, dizem economistas, "a curtíssimo
prazo", esse incremento poderia até dar um empurrão na economia, em meio a
circunstâncias atuais nada animadoras.
Afinal, tende a elevar o consumo e a
amenizar os efeitos da inflação que corroem o poder de compra.
O problema é que esse gasto adicional, na forma
como está sendo proposto pelo governo, tende a "retroalimentar" a
inflação no futuro, anulando seus efeitos inicialmente positivos —e são os mais
vulneráveis os primeiros a sentir o impacto disso.
Um exemplo prático é de um investidor que tenha
ações de empresas no Brasil.
Diante de um futuro nada promissor para seus
investimentos, ele tende a querer buscar outros países onde
se sente mais seguro para ver seu dinheiro se multiplicar.
Agora, imagine vários investidores pensando o mesmo
e, possivelmente, retirando seus recursos em massa —é o que economistas chamam
de "fuga de capitais".
Para piorar, houve uma debandada de integrantes do alto escalão do Ministério da
Economia, todos subordinados ao titular da pasta, Paulo Guedes.
Foram quatro, ao todo, incluindo
o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal.
Segundo comunicado divulgado pelo órgão, eles
citaram razões pessoais para deixarem seus cargos, mas nos bastidores se sabe
que a decisão foi motivada pela proposta formalizada do governo de furar o teto
de gastos.
BBC NEWS