Bolsa fecha em queda de 3% com mercados afundando
nos EUA.
Expectativa
de elevação de juros ganha força com pressão inflacionária.
A Bolsa de Valores brasileira caiu 3,05%, a 110.123
pontos, e o dólar subiu 0,87%, a R$ 5,4260 nesta terça-feira (28), em um dia
marcado por fortes baixas nos mercados de ações do exterior devido à expectativa de inflação e consequente elevação de juros nos
Estados Unidos.
Em Wall Street, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq
fecharam com quedas de 1,63%, 2,04% e 2,83%, respectivamente.
A tempestade nas bolsas está relacionada à busca
dos investidores por ganhos com títulos do Tesouro dos Estados Unidos devido à
expectativa de confirmação de que o Fed (Federal Reverve, o banco central dos
EUA) elevará os juros básicos e reduzirá
suas compras de ativos realizadas para estimular a economia no período mais
grave da pandemia.
Os títulos do Tesouro dos Estados Unidos atingiram
o maior valor em meses e estão atraindo investidores que passaram a abandonar o
mercado de ações, principalmente quanto aos papéis de empresas de tecnologia
que compõem o Nasdaq, segundo o Wall Street Journal.
A inflação é uma preocupação mundial devido a um cenário de elevação do preço das
commodities.
O petróleo está no centro do problema.
O barril
do Brent, referência para o setor petrolífero, atingiu US$ 80,75 (R$ 437,71) na
abertura do mercado, o maior valor desde 16 de outubro de 2018, segundo dados
da Bloomberg.
Ao final do dia, a commodity recuou 1,19%, a US$ 78,58 (R$
425,95), após cinco altas consecutivas.
A elevação da commodity é um dos fatores de
inflação global e, no caso específico dos Estados Unidos, a alta no custo de
vida pode confirmar a elevação dos juros básicos a partir de
2022.
Um dos reflexos disso para o
Brasil é a valorização do dólar frente ao real, com reflexos na inflação e nos
juros brasileiros.
FOLHA DE SÃO PAULO