Gasto com Previdência fecha 2024 com R$ 29,9 bi
acima do previsto no Orçamento
No BPC, incremento
foi de R$ 7,6 bi; ritmo de alta nas despesas obrigatórias pressiona arcabouço
fiscal
As despesas com a Previdência Social terminaram o ano
passado com R$ 29,9 bilhões a mais que o estimado inicialmente pelo governo de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
na aprovação da LOA (Lei Orçamentária Anual).
No BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a
idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, o incremento foi de R$ 7,6
bilhões, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Tesouro
Nacional.
O forte aumento nos gastos dessas duas categorias
foi um dos principais motivos por trás dos bloqueios nas demais despesas ao
longo do ano passado.
Dados
do Tesouro Nacional divulgados nesta quinta-feira (30) mostram que a despesa
efetiva ficou em R$ 938,5 bilhões, em cifras nominais.
O ritmo de crescimento dos gastos obrigatórios é um
dos principais fatores por trás da desconfiança do mercado financeiro quanto à
sustentabilidade do arcabouço fiscal, regra que baliza hoje a condução das
contas públicas.
O limite de despesas cresce de acordo com a
inflação, mais uma variação real de até 2,5% ao ano. Alguns gastos
obrigatórios, porém, têm exibido crescimento acima desse percentual.
Sem
medidas que ataquem esse problema, a tendência natural é um achatamento de
outras políticas não obrigatórias, como ações de custeio e investimentos.
FOLHA DE SÃO PAULO