Resgates
do Tesouro Direto aumentam 84% em 2019.
Salto
das retiradas, que superaram as emissões, ocorre em meio à redução da
rentabilidade dos títulos públicos
Os
resgates de recursos do Tesouro Direto, programa de negociação de títulos
públicos para pessoas físicas, registraram um salto de 83,6% em 2019 e
superaram o valor das emissões no ano.
A informação foi divulgada nesta
segunda-feira (27) pelo Tesouro Nacional.
O
aumento do fluxo de saída de investimentos ocorre em meio à redução da taxa Selic, hoje em 4,5%, o
que derrubou a rentabilidade dos títulos públicos.
No
ano passado, o volume das emissões de papéis foi de R$ 30,88 bilhões, uma alta
de 72% em relação a 2018.
A elevação, porém, não foi suficiente para compensar
a disparada nas retiradas de recursos.
No
período, os resgates somaram R$ 30,91 bilhões. Com isso, o resultado
consolidado do ano foi um resgate líquido de R$ 33,28 milhões.
O
número contrasta com o saldo do ano anterior, quando foi observada uma emissão
líquida de R$ 1,1 bilhão.
A maior parte das retiradas foram de resgates
antecipados, quando o investidor devolve os títulos ao Tesouro antes da data de
vencimento.
Em
2019, essas recompras totalizaram R$ 21,32 bilhões, enquanto os pagamentos no
vencimento ficaram em R$ 9,59 bilhões.
Na
avaliação de técnicos do Ministério da Economia, o aumento das retiradas de
recursos pode ser explicado por fatores relacionados à queda na taxa básica de
juros.
A
redução da Selic levou a uma queda na rentabilidade dos títulos do governo.
De um lado, donos de papéis emitidos no passado com rendimentos mais altos
podem ter aproveitado o momento para vender esses títulos e ter lucro.
De
outro, há um movimento de investidores que migram das aplicações no Tesouro
para outras modalidades de investimento em busca de maior rentabilidade.
De
acordo com o Tesouro, o número de investidores ativos no programa atingiu a
marca de 1,2 milhão de pessoas em 2019.
No ano, foram 414 mil novos aplicadores
ativos, maior crescimento já registrado pelo órgão.
FOLHA DE SÃO PAULO