A queda da inflação teve como resultado um ganho
salarial para trabalhadores que tiveram negociações fechadas em julho de 2019.
Acordos
e convenções concluídos no mês tiveram aumento real de 0,7%, o maior desde
junho de 2018, quando foi de 1%, segundo o Salariômetro da Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas).
“A
inflação acumulada caiu —foi para 3,3% em julho. Um mês antes tinha sido 4,8%,
e o reajuste nominal foi até alto, de 5%, mas, com a inflação, o reajuste real
foi de 0,2%.
Em julho, o ganho real subiu: foi 0,7%”, disse o coordenador do
Salariômetro, Hélio Zylberstajn, professor da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da USP.
A
partir de julho, a influência da greve de caminhoneiros no cálculo da inflação
acumulada em 12 meses começou a diminuir, o que ajuda a explicar a queda da
taxa.
Com
a projeção do INPC abaixo de 4,0%, há espaço para reajustes reais até janeiro
de 2020, segundo o Salariômetro.
Para
o coordenador de relações sindicais do Dieese (Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos), José Silvestre, o crescimento é um
sinal positivo.
“Mas
é dado sobretudo pela inflação, não pela melhoria de outros indicadores.”
Ele
diz que o reajuste salarial, em média, costuma ser maior no segundo semestre.
“O ganho real deve se manter, porque categorias tradicionais têm negociações no
período.”
FOLHA DE SÃO PAULO