Financiamento imobiliário da Caixa tem alta de 21%
em 2021.
Recursos para a
classe média superam total emprestado no Casa Verde e Amarela.
A Caixa Econômica
Federal emprestou R$ 140,6 bilhões em contratos de financiamento imobiliário em
2021, alta de 21% sobre 2020, informou nesta quarta-feira (19) o presidente do
banco, Pedro Guimarães, que afirmou se tratar de recorde histórico. Para 2022, a previsão é que esse número cresça 10%.
O total da carteira
de financiamento imobiliário do banco ficou em R$ 553,8 bilhões.
Pela primeira vez,
o montante destinado ao financiamento pelo SBPE, com recursos da poupança, e
que tem como alvo os consumidores de classe média, foi maior do
que o destinado para o programa habitacional Casa Verde e Amarela, que utiliza
recursos do FGTS.
Foram R$ 82,8
bilhões contratados pelo SBPE, 58,9% do total do banco, contra R$ 57,8 bilhões
aplicados no Casa Verde e Amarela, que registrou queda no montante de recursos:
em 2020, R$ 59,3 bilhões haviam sido utilizados pelo Casa Verde e Amarela e seu
predecessor, o Minha Casa Minha Vida.
O aumento de
recursos usados pelo SBPE foi de 54% sobre 2020. Na comparação com 2018, a alta
é de 513,4%.
A queda dos juros
para o financiamento imobiliário, registrada entre 2020 e o primeiro semestre
de 2021, puxada pela queda da Selic, também atraiu mais consumidores para o
sistema que utiliza recursos da poupança.
Ainda assim, a
Caixa foi responsável por 99,99% dos financiamentos imobiliários do programa
Casa Verde e Amarela, com um total de R$ 57,8 bilhões contratados.
Agora, com a taxa
básica de juros em 9,25% e com tendência de alta, as taxas de financiamento
também aumentaram.
Dados da corretora
imobiliária Akamines, divulgados pela Reuters, apontam que a
menor taxa cobrada pela Caixa está em 8,3% ao ano, enquanto é de 9,1% no Itaú,
9,5% no Bradesco e 9,99% no Santander —em todos os casos, é acrescida a TR.
A Caixa não revelou
a taxa de inadimplência dos contratos em 2021, que só será divulgada no
demonstrativo de resultados da instituição, mas Guimarães afirmou que ela está
"absolutamente sob controle", e que é inferior ao registrado no
terceiro trimestre de 2021.
Naquele momento, a
taxa de inadimplência da carteira de crédito ampla do banco foi de 2,16%.
FOLHA DE SÃO PAULO