INDUSTRIA


Brasil perde quase 30 mil indústrias desde 2013.

Redução no número de empresas ocorreu antes da pandemia, até 2019, diz IBGE.

O setor industrial brasileiro perdeu 28,6 mil empresas no intervalo de seis anos, indicam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado, divulgado nesta quarta-feira (21), integra a Pesquisa Industrial Anual (PIA) 2019. 

O estudo não reflete ainda os impactos da pandemia de coronavírus, que prejudicou a atividade econômica a partir de 2020.

Conforme o levantamento, o Brasil tinha 334,9 mil indústrias em 2013, maior nível da série histórica, com dados desde 2007. 

O montante passou a encolher a partir de 2014, quando a economia começou a registrar sinais de fragilidade. 

Houve seis quedas consecutivas até o número de empresas recuar para 306,3 mil em 2019 —dado mais recente à disposição.

A perda de 28,6 mil operações (baixa de 8,5%) vem da comparação entre os resultados de 2019 e 2013.

São dois os fatores:

O primeiro é a recessão que afetou a economia brasileira em 2015 e 2016. À época, a crise abalou a atividade de fábricas diversas.

Além do período de dificuldades, parte dos grupos industriais pode ter optado por concentrar empresas em regiões estratégicas. 

Essa busca por diminuição de custos logísticos tende a resultar em número menor de plantas produtivas.

Existem fatores conjunturais e estratégicos. Muitas vezes, há uma estratégia de reorganização das empresas para baratear custos. Outro aspecto é o fechamento em razão da crise.

O número inferior de operações provoca reflexos no mercado de trabalho. 

A indústria é considerada um segmento intensivo em mão de obra, podendo gerar salários superiores aos de atividades como serviços comércio.

Segundo o IBGE, o setor industrial empregava 7,6 milhões de pessoas em 2019. Isso significa que, desde 2013, o contingente ficou 15,6% menor. 

Em números absolutos, o resultado sinaliza perda de 1,4 milhão de postos de trabalho no período.

Em média, a indústria somava 25 trabalhadores por empresa em 2019. À época, o setor pagava, em média, 3,2 salários mínimos para os funcionários.

Em termos absolutos, o ramo de confecção de artigos do vestuário e acessórios foi aquele que mais fechou fábricas entre 2013 e 2019. 

No período, o número de empresas do segmento encolheu de 54,6 mil para 37,4 mil. Ou seja, houve perda de 17,2 mil operações.

A segunda principal baixa foi de produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos). O setor teve redução de 5,6 mil empresas —de 40,4 mil para 34,8 mil.

Por outro lado, o ramo de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos registrou a maior alta entre 2013 e 2019. 

O setor teve acréscimo de 7,6 mil empresas, passando de 22,3 mil para 29,9 mil, conforme o IBGE.



FOLHA DE SÃO PAULO
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