Uma
vez que a tendência de redução no patamar de juros real disponível para os
investidores deve permanecer por mais tempo como o “novo normal”, um cenário
desafiante se coloca para os investidores de longo prazo, diz Daniel
Celano, diretor responsável pela gestão de recursos de terceiros da
Schroders Brasil.
Para
o autor do artigo, há uma ideia comumente disseminada (incorreta, na minha
visão) de que precisamos correr mais risco se não poupamos o suficiente.
Algo
melhor, no seu entender, é investir de forma mais eficiente.
Cerca
de 80% do total de ativos está investido em fundos PGBL/VGBL no terceiro e
quarto quartil de performance da indústria, classificados por dados dos últimos
24 meses.
Vemos muito espaço para melhoria de eficiência, e a maneira de
fazê-lo no mesmo nível de risco é melhorar o índice de Sharpe, com
diversificação internacional na alocação de portfólios e outras classes de
ativos locais (além de títulos públicos do Tesouro).
A
diversificação internacional em meio a juros mais baixos é quase “almoço
grátis”, pois serve como proteção contra a desvalorização da moeda local e como
diversificador das fontes de retorno.
Se pegarmos o agregado da indústria
de fundos de PGBL e VGBL classificados como multimercados e balanceados
nos últimos cinco anos, e adicionarmos 20% em renda fixa internacional com
perfil bem conservador (rendendo em dólares perto de 3% ao ano), temos 1,4% a
mais de retorno ao ano e reduzimos o risco em 40%.
A regulação de previdência
aberta vem se modernizando, mas há espaço para avançar na alocação
internacional, em linha com o já existente para fundos de forma simples e
segura.
As
taxas cobradas devem ser avaliadas, levando-se em conta não apenas a
rentabilidade dos fundos investidos, mas também as condições do plano, o risco
do fundo, tábuas atuariais mais vantajosas e/ou garantias de inflação
acrescidas de um percentual fixo de correção em renda (vitalícia ou prazo
fixo).
VALOR ECONÔMICO