Previdência pede reforma para o País voltar a crescer, diz Velloso.
O economista Raul Velloso, um dos maiores especialistas em contas
públicas do País, começa o seu artigo publicado ontem (13/03) em jornal notando ser
" chocante que o número de pessoas previstas para se aposentar até
2050 possa crescer ao redor de 679% em relação a 1987, e que a parcela dos que
contribuem para seu custeio nos tradicionais regimes de repartição, a PIA, se
expanda em apenas 65% nesse mesmo período ".
Tal desequilíbrio, diz ele, reforça o sentimento geral de que o modelo
previdenciário brasileiro carece de uma reforma profunda.
É que o
agravamento do problema demográfico está ligado não apenas ao aumento da
expectativa de vida. Mais do que isso, liga-se à redução da taxa de
fecundidade.
Ou seja, tudo bem se aumentar a idade de aposentadoria e reduzir o
tempo de recebimento de benefícios, mas nem de longe se resolve o problema com
isso, pois se espera menos gente contribuindo, ou entrando na PIA, e, portanto,
ter-se-á uma menor receita de contribuição.
Acresce a isso o fato é que em boa parte o problema é mais econômico do
que demográfico.
Começa pelo elevado crescimento real do gasto previdenciário
que tem ocorrido em todas as esferas de governo, e prossegue com a resultante
desabada da taxa de crescimento real dos investimentos públicos, algo que
sacrifica as chances de expansão da economia.
O ESTADO DE SÃO PAULO