Beneficiários de
previdência complementar pedem ressarcimento de dinheiro repassado em 2010.
Aposentados
do Banco do Brasil estão recorrendo à Justiça para questionar acordo assinado
em 2010 com o fundo de pensão Previ, que transferiu à instituição financeira
metade dos R$ 15 bilhões em ganhos acumulados por um plano
de aposentadoria.
Eles dizem que a
divisão dos lucros —R$ 7,5 bilhões— feriu a lei e pedem ressarcimento dos
recursos.
Banco do Brasil e Previ contestam, mas a primeira decisão do STJ (Superior
Tribunal de Justiça) sobre o assunto foi em favor de um participante do fundo.
Cristina Stamato, uma
das advogadas envolvidas no caso, diz que há hoje uma centena de ações pedindo
o ressarcimento, em um universo de cerca de 85 mil participantes que podem
recorrer à justiça.
A disputa
envolve o fundo mais antigo da Previ, chamado Plano 1, que tem atualmente
113.378 participantes —entre aposentados, pensionistas e trabalhadores ainda na
ativa— e registrou seguidos superávits entre 2005 e 2012.
Segundo a legislação,
após o terceiro ano consecutivo no azul, o ganho deve ser dividido entre os
participantes. Primeiro, com suspensão temporária dos pagamentos, e, depois,
com aumento nos benefícios.
No fim de 2010, a
fundação anunciou acordo com sindicatos e associações de aposentados para a
distribuição da sobra acumulada entre 2007 e 2009. Aposentados e pensionistas
ganharam o benefício entre 2011 e 2014.
Para os funcionários
da ativa, foi criado um fundo para garantir o pagamento após a aposentadoria.
Nas ações, os
participantes acusam Previ e BB de manobra para aprovar o acordo e questionam a
legalidade de resolução de 2008 do extinto Conselho de Gestão de Previdência
Complementar que autorizou o repasse a patrocinadores dos fundos de superávits
acumulados de planos de aposentadoria.
FOLHA DE SÃO PAULO