Dizer que poupar para a
aposentadoria deveria ser sim uma preocupação especialmente dos jovens virou
um mantra. Uma verdade sempre repetida por quem entende de previdência,
uma vez que a experiência continua mostrando que esse público prossegue tendo
alguma dificuldade em entender que tal mensagem carrega consigo um importante
ensinamento. Mas oportunidades sempre surgem para vencer essa resistência. E a
Abrapp teve a sua e a aproveitou: havia filas em frente ao estande que a
Associação montou na Feira do Estudante 2017, realizada entre a última
sexta-feira (26) e ontem, domingo (28), no espaço da Bienal do Parque
Ibirapuera, em São Paulo, em uma realização do Centro de Integração
Empresa-Escola (CIEE) e visitada por um público superior a 70 mil pessoas.
Atraídos ao estande pela
distribuição de exemplares de revistas em quadrinhos educativas e cofrinhos símbolos
do ato de poupar, mas diga-se principalmente pela oportunidade de serem
fotografados em um equipamento que no lugar da foto fornecia uma simulação do
rosto daquela mesma pessoa aos 60 anos, os jovens encontraram ali todo o tipo
de informação sobre o nosso sistema. As equipes internas da Abrapp,
profundamente conhecedoras do assunto, não deixaram pergunta sem resposta de
qualidade, atendendo assim ao objetivo central de nossa participação na feira,
o de fazer um amplo trabalho de conscientização previdenciária, numa linguagem acessível a um público
majoritariamente situado na faixa entre 16 e 18 anos. E tendo mais isso em
vista, a Abrapp motivou o compartilhamento das fotos nas redes sociais em
#previdenciacoisadejovem .
Vale lembrar que a
presença da Abrapp na feira é fruto de uma visita feita pelo Presidente Luis
Ricardo Marcondes Martins, na ocasião acompanhado do Superintendente-geral,
Devanir Silva, pouco mais de 1 mês atrás à alta direção do CIEE, num esforço
para dar materialidade aos nossos planos de nos aproximarmos mais dos jovens.
Devanir, presente ao estande, lembra que o CIEE é uma organização com mais de
50 anos de vida e que reúne atualmente 300 mil estagiários, 70 mil aprendizes e
1,5 milhão de jovens cadastrados. Em outubro, será a vez do CIEE estar presente
com um estande no 38º Congresso Brasileiro da Previdência Complementar Fechada.
Palestra - Assim é que o
estande cumpriu com êxito a missão que lhe foi confiada, recebendo nos 3 dias
mais de 5 mil jovens, assim como o Diretor Lucas Ferraz Nobrega,
encarregado no início da tarde de sexta-feira de transmitir a mensagem em
um dos auditórios do Pavilhão do Ibirapuera. Sinal de evidente interesse, o
local recebeu um público de perto de centena e meia de jovens, para uma
palestra cujo nome não poderia ser mais sugestivo: “Previdência é coisa para
Jovem”, transmitida ao vivo pela TV-Abrapp para a página da Associação no
Facebook.
Lucas naturalmente indicou
a principal razão porque previdência é para jovens, mas foi além. Claro, ele
informou o motivo disso, o fato de que, ingressando em um plano cedo, a pessoa
ganha um horizonte temporal maior para acumular reservas e, não tendo urgência,
pode contribuir com valores menores por mais tempo ao longo de sua vida sem
prejudicar o resultado final. Enfim, sem se sacrificar demais terá ao final uma
poupança maior. Em rápidas pinceladas e solicitado a isso pela plateia, Lucas
explicou que um jovem que começasse a contribuir com R$ 170 aos 20 anos,
acrescida igual contribuição da empresa, perto dos 65 anos teria acumulado algo
ao redor de R$ 1 milhão.
Algo mais - Mas Lucas acrescentou
algo a esse raciocínio, como uma razão a mais para começar a poupar cedo. “Mais
do que no passado, tornou-se hoje ainda mais importante o jovem entender isso,
uma vez que, com o fenômeno da longevidade, o rapaz e a moça de hoje têm dois
futuros pela frente: ou usufrui uma aposentadoria mais longa com renda
suficiente para aproveitar essa nova fase de suas vidas, ou viverá por mais
tempo como um aposentado provavelmente cercado de restrições financeiras”.
Notou que vale a pena pensar a respeito, pois não faltam exemplos de sessentões
que esbanjam saúde e vitalidade diante de nossos olhos, dando exemplos de
qualidade de vida que no futuro, quando os jovens atuais chegarem perto da
fronteira dos 60, com certeza permitirá viver de forma ainda muito mais prazerosa,
considerando os avanços que ainda vão acontecer na medicina e todas as formas
de conhecimento que cercam a gerontologia.
O primeiro passo, para o
jovem, é escolher para trabalhar uma empresa que patrocine um plano e
nela permanecer tempo suficiente para que, dela se afastando, possa exercer o
direito à portabilidade, ao benefício proporcional diferido ou ao
autopatrocínio. Ou, caso se torne um profissional liberal e a sua categoria
tenha instituído um plano associativo, como os advogados por iniciativa das
regionais da OAB ou outros grupos que sigam esse caminho no futuro, ingresse no
plano sem perda de tempo.
Muitas foram as perguntas
feitas a Lucas. Ele deixou claro que, numa relação duradoura e que
costuma ser de décadas, como a que une a previdência complementar fechada e
seus participantes, os resultados devem ser medidos no longo prazo, mesmo
porque não faz sentido pensar em um plano previdenciário como se fosse um mero
produto financeiro onde se aplica num dia e se saca daqui a pouco.
De toda forma, Lucas citou vários números, mostrando por exemplo que em
10 anos o retorno médio proporcionado pelas entidades fechadas superou
amplamente tanto a inflação quanto o CDI. Mais importante, bateu a meta
estabelecida pelos atuários para representar as obrigações previdenciárias carregadas
pelas EFPCs em seus passivos.
Diário dos Fundos de Pensão