Eletrobras vê déficit de R$ 6,8 bilhões em fundos
de pensão.
Alerta da companhia
foi feito no momento em que o governo planeja privatizá-la.
A estatal Eletrobras e subsidiárias da companhia
encerraram 2020 com déficit total de R$ 6,8 bilhões nos planos de pensão de funcionários,
o que pode em algum momento exigir programas de ajuste com potencial de
impactar a empresa.
A informação consta
de relatório entregue pela elétrica federal nesta segunda-feira (10) à
reguladora norte-americana SEC e à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o
chamado formulário 20-F referente ao exercício 2020.
O alerta da
Eletrobras foi feito em momento em que o governo planeja privatizar a companhia, por
meio da diluição de seu capital, o que seria realizado com a venda de novas
ações no mercado.
O documento acabou sendo publicado ainda dias após Rodrigo Limp assumir como novo presidente-executivo
da elétrica.
A Eletrobras havia postergado o arquivamento do 20-F, antes
previsto para 30 de abril, para revisar demonstrações financeiras de 2019 e
2018, visando refletir cálculos atuariais relativos ao seu plano de
aposentadoria.
Na ocasião, a empresa afirmou que os ajustes não deveriam ser
relevantes.
No documento enviado aos reguladores nesta segunda, a companhia
disse que a legislação brasileira estabelece que ela pode ser chamada a
contribuir para um requilíbrio dos planos de benefícios de funcionários em caso
de falta de reservas disponíveis.
O valor dessas contribuições ainda pode ser
sujeito a disputas judiciais caso haja um desentendimento sobre os montantes
junto aos participantes dos planos, explicou a empresa.
Além da Eletrobras, a também estatal Petrobras
já sofreu problemas com déficit no fundo de pensão de seus funcionários, o
Petros, o que exigiu planos de equacionamento de déficit que envolveram
contribuições extraordinárias da companhia.
FOLHA DE SÃO PAULO