MERCADO CORPORATIVO


As pessoas punidas por manifestar seus sentimentos no trabalho.

Segundo especialistas, o que é ou não é considerado 'apropriado' pode depender do funcionário envolvido

Todas as empresas têm normas sociais implícitas sobre como se espera que os funcionários se sintam em uma dada situação e como esses sentimentos devem ser expressos.

Todas as empresas têm normas sociais implícitas sobre como se espera que os funcionários se sintam em uma dada situação e como esses sentimentos devem ser expressos.

Estas normas são conhecidas como "regras de sentimentos" e são tão arraigadas nas nossas interações sociais e no trabalho que raramente dedicamos muita atenção a elas.

Quando um colega anuncia que está noivo, por exemplo, as regras de sentimentos determinam que você deve demonstrar alegria. 

Quando seu chefe diz que a equipe acabou de perder uma conta, a sensação apropriada poderá ser de frustração ou até raiva.

A decepção relativa ao trabalho muitas vezes é tolerada, particularmente se junto com ela vier o empenho para encontrar a solução.

Mas nem todas as demonstrações de emoção são tratadas igualmente. Segundo especialistas, o que é ou não é considerado "apropriado" pode depender do funcionário envolvido.

Já sabemos, por exemplo, que as mulheres que levantam a voz em um ambiente profissional podem ser consideradas beligerantes, enquanto um homem que se comporta da mesma forma seria visto como assertivo ou até como um líder.

Mas pesquisas sugerem que não só a questão de gênero influencia as regras de sentimentos —existe também uma distinção racial.

Dados indicam que, quando trabalhadores não brancos demonstram suas emoções, seus sentimentos podem despertar reações diferentes em comparação com trabalhadores brancos demonstrando as mesmas emoções.

Isso força os funcionários não brancos a se auto-observar no local de trabalho, para evitar que os colegas interpretem incorretamente suas emoções com prejuízo para suas carreiras —o que aumenta significativamente sua carga emocional.

'VOCÊ VÊ OS OLHARES'

Em um projeto de 2014, 170 estudantes de graduação assistiram a um vídeo de declarações finais de advogados em um julgamento. Solicitou-se aos participantes que fornecessem um veredicto e avaliassem a competência dos advogados.

Litigantes homens com raiva receberam as avaliações mais altas no estudo, enquanto litigantes mulheres com raiva receberam as notas mais baixas. 

Como se não bastasse, os estudantes atribuíram a raiva das mulheres ao seu estado emocional, mas atribuíram a raiva dos homens à situação em si.

 



FOLHA DE SÃO PAULO
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