Partiu Islândia?
Já contamos aqui que alguns países, como a Islândia, adotaram a semana
de 4 dias de trabalho.
Será que isso é possível aqui? Especialistas ouvidos
pelo G1 acreditam que a medida não foi implementada no Brasil ainda
porque a legislação trabalhista e a
produtividade podem ser entraves para as empresas nacionais.
Até
o momento, apenas a Zee.Dog anunciou esse modelo de jornada no país.
A Islândia testou uma semana de trabalho de apenas quatro dias e o
sucesso foi "esmagador", segundo pesquisadores.
O
resultado foi que a produtividade foi a mesma ou melhorou na maioria dos locais
de trabalho. Além disso, os trabalhadores relataram se sentir menos estressados
ou com menor risco de esgotamento.
Houve ainda melhora na saúde e maior
equilíbrio entre vida profissional e familiar.
A jornada semanal de 40 horas passou
para 35 ou 36 horas, com os trabalhadores recebendo a mesma remuneração.
Os
resultados levaram os sindicatos a renegociar os padrões de trabalho, e 86% da
força de trabalho mudou as escalas para menos horas trabalhadas, mas com a
manutenção dos salários.
Na
Nova Zelândia, a Unilever e a Perpetual Guardian implantaram a semana de 4
dias.
A Unilever está testando desde dezembro de 2020 a redução da jornada
para quatro dias sem reduzir o salário.
A experiência vai
durar um ano com os 81 funcionários da empresa na Nova Zelândia.
Eles podem
participar do teste com autonomia e flexibilidade, determinando quando e como
trabalharão melhor dentro da nova estrutura.
No
caso da empresa de serviços financeiros Perpetual Guardian, um projeto-piloto
implantado em 2018 incluiu os 240 funcionários na nova jornada, sem alteração
nos salários. Os resultados foram os seguintes:
- O estresse
diminuiu em 7%;
- A satisfação
geral com o trabalho aumentou em 5%;
- O equilíbrio entre a vida pessoal e
o trabalho subiu de 54% para 78%.
Segundo
Charlotte Lockhart, diretora executiva da organização Semana de 4 Dias, uma das
responsáveis pela implementação da semana de trabalho de quatro dias na
Perpetual Guardian, as faltas ao trabalho diminuíram e o bem-estar do
trabalhador aumentou.
A Microsoft Japão conduziu um experimento de quatro dias úteis que
durou um mês em agosto de 2019.
A
estratégia teve o objetivo de melhorar o equilíbrio entre a vida pessoal e o
trabalho de seus funcionários.
Ao
implantar o fim de semana com três dias, a Microsoft descobriu que, ao diminuir
horas na semana de trabalho, a produtividade teve um aumento expressivo.
Os
2.300 funcionários tiveram todas as sextas-feiras de folga. E a produtividade
aumentou 40% no período.
O
estudo constatou que a semana de trabalho de quatro dias forçou os funcionários
a usarem seu tempo com mais eficiência - muitas reuniões foram cortadas,
encurtadas ou alteradas para reuniões virtuais em vez de presenciais.
A Espanha está buscando voluntários em centenas de empresas para
testar o que acontece com a produtividade quando os funcionários trabalham
apenas 32 horas por semana, em vez das 40 habituais.
Ou seja, redução de 5 para
4 os dias em que a equipe de fato trabalha - sem, contudo, que haja uma
diminuição proporcional do salário.
G1