Lucro
líquido dos planos de saúde mais que dobra, diz Ipea.
As empresas de planos de saúde faturaram R$ 192,1 bilhões em
2018.
Quatro anos antes, a receita havia sido de R$ 123,8 bilhões,
havendo crescimento do valor no período, mesmo diante de uma queda de cerca de
3,3 milhões no número de usuários no período.
O contingente de usuários caiu de 50,5 milhões, em
2014, para 47,2 milhões, em 2018.
Nesse período, o lucro líquido per capita no mercado de planos
de saúde mais que dobrou, considerada atualização para valores constantes de
2018, passando de R$ 75,7 em 2014 para R$ 185,8 em 2018.
No mesmo sentido, o
lucro líquido agregado desse mercado também mais que dobrou em termos reais no
período, de R$ 3,825 bilhões para R$ 8,755 bilhões.
Enquanto isso, a taxa de
sinistralidade – que é a razão entre despesas assistenciais em relação à
receita – caiu de 0,850 para 0,832, no mesmo período.
Embora o período pesquisado seja anterior à pandemia, sabe-se
que a Covid-19 reduziu drasticamente o número de procedimentos eletivos, neste
aspecto reduzindo a pressão sobre os resultados dos planos.
“Considerando-se a queda da taxa de sinistralidade e o aumento
da lucratividade, pode-se dizer que as operadoras de planos médico-hospitalares
apresentaram resultados notáveis diante da estagnação da economia brasileira”,
avaliaram os pesquisadores Carlos Octávio Reis, Rodrigo Mendes Leal e Simone de
Souza Cardoso, na nota técnica ‘Desempenho do Mercado de Planos de Saúde
(2014-2018)’, publicada ontem (28/9), pelo Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea).
O número de usuários registrou um pequeno aumento em 2018, na
comparação com 2017 (47,1 milhões).
Para os pesquisadores, essa recuperação se
deu em face da retomada do emprego formal, dado que a maioria dos que utilizam
é, em geral, contratada pelos empregadores, por meio de planos coletivos
empresariais.
Em 2018, os planos coletivos representavam 80,8% do total de
usuários de planos de assistência médica, dos quais 67,2% correspondiam à
modalidade empresarial e 13,6% aos planos coletivos por adesão.
Dentre essa
categoria de planos, que podem ser empresariais ou por adesão, os planos
empresariais representavam 67,2%; por sua vez, os planos coletivos por adesão
abrangiam cerca de 13,6% do total de usuários.
IPEA