Gestores veem
potencial de ganhos na bolsa brasileira
Nas sugestões feitas por gestores de recursos e analistas de
investimento, ganham força alternativas mais arriscadas, tendo o investimento
em ações no Brasil como destaque. A percepção é que enquanto as bolsas
internacionais já iniciaram um movimento de queda, a Bolsa paulista tem chances
de oferecer bons retornos.
A projeção leva em consideração o potencial de crescimento econômico
mais robusto no ano que vem e a disposição do novo governo em priorizar algumas
reformas —em especial a da Previdência—, que devem favorecer a Bolsa brasileira
e também outros ativos de risco. Se a conjuntura mais favorável se consolidar,
a expectativa é que até o investidor estrangeiro, que bateu em retirada por
causa das incertezas do período pré-eleitoral, retorne à Bolsa local.
Nesse ambiente
mais benigno, analistas indicam que a Bolsa pode atingir 100 mil pontos no ano
que vem —um potencial de alta superior a 15%, ou mais do que o dobro da taxa
Selic, que baliza os investimentos em renda fixa.
Os riscos
da estratégia, porém, não são desprezíveis.
Ainda existem dúvidas
se o futuro governo vai conseguir emplacar as reformas necessárias na
profundidade e, principalmente, no ritmo esperado pelo mercado. No front
externo, uma guerra comercial global, a elevação dos juros básicos americanos
num ritmo mais forte do que o esperado e um crescimento mundial menos vigoroso
podem fazer com que o estrangeiro opte por mercados mais seguros.
Nesse
contexto, o Brasil perderia atratividade, em especial porque não tem o chamado
'grau de investimento', espécie de selo dado pelas agências de classificação de
risco a bons pagadores. A classificação é considerada por grandes investidores
globais.
FOLHA DE SÃO PAULO