LONGEVIDADE


O aposentado do futuro 

Com as pessoas vivendo mais e com maior qualidade de vida, lidar com idosos é algo que irá pedir novas  posturas e competências. 

​O que se debate hoje na Suiça, é como lidar com a diferença entre oferecer assistência e cuidar das pessoas mais idosas, enfim, dos aposentados.

Parece tudo um pouco a mesma coisa, mas existem diferenças. De forma mais geral, dar assistência é na prática socorrer pessoas de fato fragilizadas, em boa parte incapazes de realizar as tarefas do dia a dia. 

Já a expressão cuidar é usada pelos especialistas num sentido mais soft. 

E esse lado mais light se explicaria pelo fato de que hoje e cada vez mais os aposentados são pessoas que não apenas vivem mais, mas o fazem com maior qualidade de vida, isto é, perdem só gradualmente, aos poucos, a sua capacidade de lidar sozinhos com os desafios do cotidiano. 

Além de nem sempre fácil de entender em seu significado, essa diferença entre assistir e cuidar pede posturas e competências diferentes de quem assiste e cuida. E não apenas isso, mas ainda uma visão compartilhada pela sociedade e leis apropriadas.

A transição para a terceira e a quarta idades ficarão no futuro mais longas – ou seja, irá consumir mais tempo a transição para as fases nas quais a pessoa vai se tornando mais frágil e propensa a enfermidades. 

Portanto, um cuidado adequado e em tempo hábil torna-se ainda mais importante. 

Afinal,  os bons cuidados podem contribuir de maneira decisiva para que pessoas mais idosas possam permanecer em seus lares pelo maior tempo possível, até que venham a precisar de fato de assistência.

O que significa, na verdade, cuidado? 

Ao contrário da assistência, o cuidado é um conceito que, pelo menos na Suíça, ainda não foi totalmente esclarecido do ponto de vista jurídico ou de conteúdo. 

É comum entender o termo "cuidado" como um conjunto de funções que não são explicitamente de assistência: desde o apoio nas tarefas domésticas até atenção e socialização, como por exemplo almoçar com a vizinha, auxiliar o sogro idoso na lida com as roupas ou explicar à mãe como funciona um banco online.

Na política suíça, a assistência é um tema central quando se fala de envelhecimento. Por outro lado, a organização do setor de cuidados vem sendo praticamente ignorada até o momento. 

E vendo tudo isso fica quase inevitável pensar que esse é um desafio que cabe não só aos suiços mas também, um dia, aos brasileiros enfrentar, com a ajuda dos dirigentes e e suas entidades fechadas.

Afinal, isso  também é do interesse dos políticos, visto que é algo que pode retardar ou evitar a transferência da pessoa para um centro de internação de idosos – cujos custos muitas vezes não cobertos acabam sendo assumidos pelo Estado.



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