- Fila do INSS cresce com
impasse em torno de bônus para servidores e peritos
Em
abril deste ano, 1,05 milhão de brasileiros aguardavam perícia médica, segundo
dados do Ministério da Previdência Social
A fila de espera por benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social) voltou a crescer no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em meio a um impasse
sobre o pagamento de um bônus para servidores e peritos ampliarem a análise dos
requerimentos.
Segundo
dados do Ministério da Previdência Social, 1,05 milhão de brasileiros aguardavam perícia médica em
abril deste ano.
O número é 13,3% maior do que em dezembro de 2022 (930,6 mil)
e representa um salto em relação à média de 490 mil pedidos aguardando
agendamento nos três primeiros meses do ano passado.
Benefícios
que já passaram por perícia ou não dependem dessa análise esbarram em uma
segunda fila, a de processos de requerimento inicial no INSS.
Nesse caso, a
quantidade de pedidos pendentes chegou a 1,38 milhão em março de 2023 —300 mil
a mais do que em dezembro de 2022. Em abril, o número recuou a 1,26 milhão, mas
ainda está acima do ano passado.
Cerca
de dois terços das perícias médicas solicitadas estão relacionadas a benefícios
por incapacidade.
Outros 20% têm relação com o BPC (Benefício de Prestação
Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, enquanto
uma parte menor contempla aposentadoria especial por exposição a agentes prejudiciais
à saúde.
A
fila geral do INSS, por sua vez, inclui principalmente pedidos de
aposentadoria.
- INSS contrariou lei ao não
implantar perícia remota na pandemia, diz TCU
OUTRO
LADO: instituto apresenta resultados de projeto-piloto e diz querer implantar
teleperícia ainda neste ano
O TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu, em
julgamento realizado em abril, que o INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social) descumpriu a lei ao não implantar a perícia médica a distância durante a
pandemia de Covid-19.
A
medida pode ser considerada inconstitucional por ter desrespeitado os
princípios da eficiência e da dignidade humana, diz relatório.
No documento, o
órgão afirma que "a não instituição da perícia por canais remotos como
medida para aumentar o ritmo de realização das perícias médicas e, consequentemente,
reduzir o prazo de pagamento do benefício por incapacidade
temporária" contrariou artigo da lei 8.213, de 1991.
A decisão do TCU, que determina ao INSS a implantação da teleperícia
para atendimento a pedidos de benefícios por incapacidade e liberação do BPC (Benefício de Prestação Continuada) pago a pessoas portadoras de deficiência de
famílias carentes, é fruto de uma ação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça)
proposta ainda em 2020.
FOLHA DE SÃO PAULO