O noticiário negativo derrubou a Bolsa na
quarta-feira (17). Na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o relator
Delegado Marcelo Freitas (PSL) pediu que a sessão fosse
suspensa para alterações em seu parecer de admissibilidade sobre a reforma.
Entre os caminhoneiros, persiste o clima de insatisfação após pacote de medidas
anunciado pelo governo.
Mesmo depois dos presidentes da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM), e da CCJ, Felipe Francischini (PSL),
acelerarem o debate da Previdência e tentarem antecipar a votação para esta
quarta, Freitas cedeu à pressão do centrão e pediu mais tempo para reanalisar o
projeto.
Líderes do centrão querem a retirada de cinco
pontos da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) já na comissão: a mudança nas
regras do abono salarial, no FGTS, na idade de aposentadoria compulsória de
ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), troca no foro para julgamento de
ações contra o INSS e os dispositivos que retiram da Constituição regras de
aposentadoria.
A deliberação sobre novo parecer está
prevista para terça (23). Depois de aprovado na CCJ, o projeto segue para
apreciação de comissão especial na Câmara. Segundo Maia, esta etapa deve
começar em 7 de maio.
A desidratação da PEC no início da tramitação
é vista com preocupação pelo mercado. Além dos itens retirados pelo relator, a
capitalização e as mudanças no BCP e na aposentadoria rural devem ser alteradas
na comissão especial.
Tais mudanças na proposta enviada pelo
governo Bolsonaro podem enxugar o valor economizado aquém dos R$ 600 a R$ 700
bilhões estimados pelo mercado.
Sob tensão dos investidores, o Ibovespa,
maior índice acionário do país, caiu 1,11%, a 93.284 pontos.
Nesta quarta, tiveram vencimento contratos de
opções sobre o Ibovespa e do índice futuro. Somadas ao feriado da sexta-feira
(17), com o qual investidores buscam liquidar seus ativos nos pregões
antecedentes, as vendas elevaram o giro financeiro para R$ 34,5 bilhões, mais
que o dobro da média diária anual.
O dólar teve alta de 0,79%, a R$ 3,9350,
maior patamar desde 27 de março, data marcada pela crise entre governo
Bolsonaro e Câmara. No dia, a moeda americana bateu R$ 3,9550.
DINHEIRAMA