MERCADO DE TRABALHO


Geração Z x emprego corporativo: a briga que pode definir o futuro do trabalho.

  • Newsletter de escritor britânico viraliza ao apontar inutilidade de práticas e cargos em organizações
  • No Brasil, cresce rejeição de jovens a empregos considerados como sem flexibilidade e sem propósito

Reuniões sobre a necessidade de mais reuniões, criação de apresentações com slides que ninguém lê, teleconferências para determinar tarefas que não precisam ser realizadas. 

E pessoas que não sabem explicar bem suas funções em grandes corporações.

Esse é o cenário non sense pintado em uma newsletter escrita na rede social Substack por Alex McCann, escritor britânico e pesquisador do futuro do trabalho que, aos 24 anos, se transformou em porta voz das insatisfações da geração Z com seus empregos.

No texto, que viralizou, ele decreta a morte do "emprego corporativo". Em um dos trechos mais comentados, diz que é comum dentro de companhias a identificação de "não problemas" que geram inúmeras (e possivelmente inúteis) reações em cadeia.

"Analistas analisam, consultores consultam, gerentes de nível médio gerenciam a consulta. Workshops são realizados. Investidores se engajam", afirma. 

"Meses depois, algo pode acontecer. Geralmente, é um pequeno ajuste que poderia ter sido feito em uma tarde por qualquer um com bom senso."

Se essa não é uma questão nova —que o diga a série "The Office", que mostra funcionários desesperados pela falta de um mínimo de racionalidade no escritório—, o nível de revolta com o problema, principalmente pela nova geração de trabalhadores, é.

"As empresas criam esses rituais elaborados porque estão tentando medir algo imensurável: a contribuição significativa em um sistema que perdeu de vista a criação de valor real", afirmou McCann à reportagem. 

"É teatro. Mas admitir isso pode significar que talvez seja preciso repensar toda a estrutura."

inteligência artificial, que realiza em minutos tarefas burocráticas que levariam dias, é a cereja do bolo na confusão dos jovens com o objetivo dos seus empregos.

Uma solução, aponta ele, seria que as empresas se comprometessem com jornadas de trabalho mais enxutas e flexíveis, mesmo que isso signifique salários menores.

"O que eu vejo entre jovens trabalhadores é que estão dispostos a ganhar menos por mais autonomia. 

Eles concordariam com um corte de 20% no pagamento por uma redução de 40% na parte sem sentido dos seus empregos. Isso não é preguiça, é racionalidade."



FOLHA DE SÃO PAULO
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