Conforme
o Boletim nº 597, publicado em 12/12/16, o Conselho Nacional de Previdência
Complementar (CNPC) reuniu-se, trazendo à pauta a minuta de resolução,
apresentada pela PREVIC, que trata da transferência de gerenciamento de planos
de benefícios entre entidades fechadas de previdência complementar. Os
representantes da sociedade civil – ANAPAR, ABRAPP, patrocinadores e
instituidores – haviam solicitado o adiamento da discussão em reunião anterior.
Como não
houve consenso novamente, considerando a relevância do tema para a segurança
dos participantes, depois de longo debate, a ANAPAR pediu vistas do processo na
ocasião, e sugeriu a criação de um grupo para aprofundar a discussão. A
proposta foi acatada e criada uma Comissão Temática para avaliar a proposta,
conforme já noticiamos. A decisão foi das mais acertadas, a julgar pelos
desdobramentos.
Após
grande esforço dos membros da Comissão Temática, todos representantes da
sociedade civil (ANAPAR, ABRAPP, patrocinadores e instituidores), com reuniões,
muito debate e trocas de opiniões, foi construída uma proposta de
consenso entre todos os membros. Para nossa surpresa, a Secretaria de
Políticas de Previdência Complementar (SPPC) convidou três representantes de
bancos para apresentarem estudos de caso para a Comissão, na reunião em que
levamos a proposta aos demais membros do CNPC, dia 07/02/17.
A postura
da SPPC nos causou estranheza: por que apresentações de três bancos e nenhum
convite para apresentações de casos de transferência de gestão entre entidades
fechadas de previdência complementar (EFPC)? Se esse encaminhamento tivesse
sido combinado previamente, a Comissão, que foi constituída para avaliar o
assunto, poderia ter feito convites a essas fundações, para apresentarem casos
com o foco também nos problemas enfrentados pelos participantes nesses
processos, como perda de direitos, saída de uma EFPC com melhor governança e
maior representação de participantes e assistidos, para outra com governança
inferior, além de tantos outros percalços que estamos acostumados a acompanhar
nessas transferências.
E o que
presenciamos não foi nenhum estudo de caso, mas apresentações que mais pareciam
propagandas dos fundos fechados “sem fins lucrativos” do Itaú, Bradesco e
Citibank. Na nossa visão, começa a ficar claro que uma proposta de resolução,
aparentemente simples, pode estar servindo ao propósito de facilitar a
transferência dos recursos previdenciários administrados no âmbito das
Fundações fechadas para a administração dos bancos.
Entre as
várias proposta que apresentamos juntamente com os demais membros da Sociedade
Civil, consideramos a mais relevante a que, em caso de transferência, sejam
garantidos não somente os direitos financeiros dos participantes e assistidos,
mas também os direitos estatutários, como os de representação nos órgãos de
governança da entidade de origem, as formas de eleição, etc. Para tanto,
propusemos a criação de um Comitê Gestor do plano eventualmente
transferido, na entidade de destino, no qual deverão ficar consignados e
garantidos, apenas em relação a esse plano, os direitos já conquistados na
entidade de origem. Não precisamos dizer que esse ponto gerou muita polêmica e
a reunião novamente terminou sem consenso, com previsão de nova reunião do CNPC
para o dia 21/02, quando a discussão terá continuidade.
Como
sabemos que o debate de questões tão importantes para a defesa do sistema
fechado de previdência complementar não avança sem o respaldo dos participantes
e assistidos, os maiores interessados na sua boa administração, a ANAPAR
convida a todos os sindicatos, centrais sindicais, federações, confederações e
associações de trabalhadores ativos e aposentados para uma Plenária de
discussão do assunto.
A Plenária ocorrerá em Brasília, dia 20/02/2017, às
14h, no auditório do Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal, Setor Comercial
Sul, Quadra 06, Bloco A, Edifício Arnaldo Dumont Villares.
ANAPAR