Mudança em precatórios permite
retomar pagamentos sem furar expectativas com arcabouço, diz AGU
Órgão
avalia que "colocar uma parte menor" das sentenças judiciais dentro
da regra é mais viável.
A mudança nas regras de pagamento dos precatórios vai
permitir a regularização do fluxo de sentenças judiciais "sem furar
expectativas" com o novo arcabouço fiscal, diz à Folha o
advogado-geral da União substituto Flávio Roman.
"A
gente precisa criar mecanismos que permitam o pagamento dos precatórios e a
continuidade dos serviços públicos. Não tem que fazer uma escolha horrível.
Para isso, a decisão do Supremo é o elemento fundamental", diz.
Nesta
segunda-feira (25), a AGU pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a derrubada do limite para precatórios instituído
no governo de Jair Bolsonaro (PL) e propôs o pagamento de parte das sentenças judiciais como despesa
financeira.
O
governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
também quer autorização para regularizar um estoque de cerca de R$ 95 bilhões
por meio de crédito extraordinário, fora do alcance das regras fiscais. A
expectativa é quitar esse passivo ainda em 2023.
O
tratamento de juros e encargos como gasto financeiro é um ponto-chave para que
esses valores sejam excluídos dos limites do novo arcabouço fiscal e das metas
de resultado primário, inclusive no futuro.
Na
prática, a medida alivia a pressão fiscal sobre a regra desenhada pelo time do
ministro Fernando Haddad (Fazenda), que permite uma expansão de gastos entre 0,6% e 2,5%
acima da inflação ao ano. Um crescimento mais intenso dos
precatórios poderia tirar espaço das demais políticas.
FOLHA DE SÃO PAULO