INFLAÇÃO


Inflação de transportes chega a 15% pressionada por combustíveis.

Alta é quase o dobro do observado no IPCA-15 e tende a se espalhar, dizem analistas.

Pressionada pelos preços dos combustíveis, a inflação de transportes chegou a 15,29% no acumulado em 12 meses até junho, segundo prévia divulgada nesta sexta (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

É a maior variação entre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15).

O percentual é quase o dobro do verificado na média do indicador, que acumulou alta de 8,13% no mesmo período.

O índice oficial de inflação do país é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), também calculado pelo IBGE. 

O IPCA-15, pelo fato de ser divulgado antes, sinaliza uma tendência para os preços. Assim, é conhecido como uma prévia do IPCA.

O quadro de alta nos preços preocupa porque eleva os custos de operação em setores diversos, uma vez que, ao encarecer as despesas com transporte de mercadorias e passageiros, o aumento nos combustíveis pressiona as margens de lucro de empresas — que podem repassar essas altas para o consumidor final.

Dentro de transportes, o etanol foi o subitem que mais subiu no acumulado do IPCA-15: 57,05%. O aumento resulta de uma combinação de fatores. 

Entre eles, estão a seca que atingiu lavouras de cana-de-açúcar na pandemia e o aumento dos preços do açúcar no mercado internacional, o que favorece a produção de cana para exportação de açúcar, e não para fabricação do combustível.

Em junho, a energia e a gasolina foram as principais responsáveis pela alta mensal de 0,83% no IPCA-15, conforme o IBGE. 

O avanço do índice geral em 12 meses (8,13%) está distante do centro (3,75%) e do teto (5,25%) da meta de inflação estimada para o IPCA neste ano.



FOLHA DE SÃO PAULO
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