Por que não há mais mulheres em cargos de liderança na América Latina? O que as empresas podem fazer para mudar isso?


As mulheres latino-americanas aumentaram sua participação no mercado de trabalho nas últimas décadas e obtiveram mais títulos universitários que os homens

When Women Thrive (Quando as mulheres prosperam), é uma pesquisa realizada em 202 empresas de diversos segmentos em todos os países da América Latina.

Desta vez, o estudo concentrou-se especificamente na América Latina, visto que, no relatório global de 2016, os números da nossa região foram os mais animadores, os quais projetaram o maior crescimento da representação feminina, estimando-se que esta sairia de 36% em 2015 para 49% em 2025, ou seja, algo muito próximo da igualdade.

Ana Laura Andrade, Líder da prática de Talent Strategy da Mercer Brasil explica: “Nessa nova pesquisa, os números foram atualizados com novas fontes de dados e com um grupo de empresas maior e mais representativo. Dessa forma, após a coleta de informações recentes de mais de 50 organizações, a revisão cuidadosa dos documentos e de publicações acadêmicas de órgãos internacionais e a entrevista com 202 empresas de diversos setores, o relatório traz apontamentos e recomendações para que empresas latinas possam melhorar sua estratégia com a apresentação de recomendações para as empresas latino-americanas para que possam melhorar suas estratégias de diversidade de gênero na região”.

Entre os fatos mais importantes apontados pelo estudo, destacam-se:

  • O progresso da participação feminina no mercado de trabalho está estagnado. Além disso, há um número significativo de mulheres trabalhando em empregos informais.
  • A baixa taxa de participação feminina no mercado de trabalho pode afetar negativamente o potencial crescimento econômico da América Latina.
  • As empresas continuam a pagar menos às mulheres do que aos homens, mantendo persistente e inexplicavelmente uma diferença salarial de gênero na casa dos 17% na região, em média.
  • Apesar do fato de que na região um número significativo de mulheres ocupa ou ocupou posições de liderança política, a representação feminina em quadros executivos de empresas permanece extremamente baixa.

Referindo-se a este último ponto, Ana Laura comenta: “Nossa pesquisa mostra que a maioria das companhias latino-americanas está ainda dando os primeiros passos no que diz respeito à diversidade de gênero; mas, o mais surpreendente é que, embora 64% das organizações entrevistadas entendam que possuir uma força de trabalho mais diversa seja uma necessidade comercial, o porcentual das empresas que estão efetivamente implantando medidas que permitam a realização de uma mudança sustentável na questão é muito inferior a isso”.

Assim como ocorre de maneira geral na América Latina, no nível profissional, as mulheres são 40% da força de trabalho. Além disso, sua presença em níveis gerenciais diminui para 31%. Quando o assunto são os cargos executivos o quadro se agrava, mostrando que apenas 25% dos cargos em conselhos de administração e apenas 16% dos cargos executivos são ocupados por elas.

Quando analisadas as causas dessa sub-representação feminina, pode-se comprovar que, embora haja mais mulheres que homens com título universitário na América Latina, são eles que dominam as carreiras relacionadas às áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.

“Por outro lado, a responsabilidade pelos cuidados das crianças e/ou das pessoas mais velhas nas famílias continua atribuída, de modo quase exclusivo, ao universo feminino, fato este que reforça que o chamado “machismo” continua bastante presente na cultura latino-americana, o que cria barreiras visíveis e invisíveis para as mulheres que desejam progredir no mercado de trabalho”, comenta Ana Laura.

Ao mesmo tempo, a pesquisa revelou também que é necessário que o mundo dos negócios possua uma maior diversidade de gênero nas empresas, visto que a presença feminina causa impactos positivos, não somente na produtividade de uma companhia, mas também contribui para o crescimento macroeconômico do país.

Atualmente, as empresas multinacionais na América Latina são aquelas que dão o exemplo ao liderarem a contratação e a promoção de mulheres altamente capacitadas, o que contribui para a mudança das atitudes e da percepção sobre elas no local de trabalho. Essas empresas são as que concedem para as mulheres benefícios como maior flexibilidade de trabalho e igualdade de salário, a fim de reter seus talentos.




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