Relatório da Petrobras estima prejuízo de quase R$ 1 bilhão com a Sete Brasil


Um relatório interno da Petrobras indica que a estatal teve um prejuízo de R$ 987 milhões com irregularidades na construção e contratação de sondas pela Sete Brasil – empresa criada para a exploração do petróleo da camada pré-sal. O dado foi mencionado no indiciamento do ex-ministro Antonio Palocci protocolado na Justiça Federal na segunda-feira (24).

 

O ex-ministro dos governos Lula e Dilma responde por corrupção passiva. De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, ele é suspeito de receber propina da Odebrechtpara agir em favor da empresa dentro do governo federal. Ele foi preso em meio à 35ª fase da Operação Lava Jato.

 

 

Para explorar o petróleo da camada do pré-sal, que fica a até 7 mil metros de profundidade, a estatal criou a Sete Brasil. A empresa é uma sociedade entre a Petrobras, fundos de pensão de estatais e bancos privados. Os diretores foram indicados pela Petrobras.

 

Esta não é a primeira vez que suspeitas relacionadas à Sete Brasil aparecem nas investigações da Operação Lava Jato.

 

O Ministério Público Federal (MPF), durante 23ª fase, afirmou que embora o discurso tenha sido de estimular o mercado nacional, a criação da Sete Brasil foi uma forma de expandir a corrupção estruturada na Petrobras.

 

Este prejuízo de quase R$ 1 bilhão, de acordo com as investigações, aconteceu nas negociações para contratação de empreiteiras para a construção e operação de estaleiros e navios-sonda.

 

Segundo as investigações, a Odebrecht foi uma das empresas que venceram uma licitação para a construção e operação de seis sondas, com valor de 798 milhões de dólares.

 

No indiciamento, a Polícia Federal expõe trocas de e-mail entre o ex-ministro Palocci e Marcelo Bahia Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht. O empresário está preso desde junho de 2015 na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

 

A Polícia Federal afirma que trocas de e-mails entre os dois mostram a participação de Palocci para favorecer o grupo em uma licitação em 2011.

 

Um dos ex-executivos, já condenado em ação da Lava Jato, escreveu que Renato Duque, ex-diretor da estatal, também já condenado, mencionou compromisso com o Partido dos Trabalhadores (PT) de ficar no cargo até solucionar a contratação das sondas. 



O Globo
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