Ontem
(31) foi o dia da posse dos novos colegiados da Abrapp, ICSS e
Sindapp, mas o significado que se vai construindo desse início da Gestão
2017-2019 foi tornado ainda mais claro já desde a véspera. E o motivo disso
apareceu em diferentes momentos do dia, desde o início da manhã, quando o
Presidente da Abrapp, Luís Ricardo Marcondes Martins, concedeu entrevista
coletiva a uma dezena dos principais veículos da imprensa e continuou ao longo
da tarde durante o primeiro dos 2 dias de reunião de planejamento estratégico,
quando se deixou visível a marca de uma liderança voltada para o futuro e a
preocupação de construí-lo de forma sustentável, algo para o que é fundamental
contar com quadros qualificados e uma governança de alto nível.
O
sistema, consolidado e sem dúvida sólido tanto por seus números quanto pela
qualidade de sua gestão, passa hoje por uma fase definidora e precisa
urgentemente reencontrar o seu crescimento. O diagnóstico esteve presente em
todos os pronunciamentos do dia, ao lado do compromisso assumido por todos de
colocar o fomento de entidades e planos como a primeira de suas prioridades.
Luís Ricardo, por exemplo, reafirmou o propósito de apresentar já na primeira
reunião do ano do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), em
março, a proposta de adoção do mecanismo de "inscrição automática",
pelo qual o trabalhador é automaticamente incluído no plano que lhe está sendo
oferecido, podendo, no entanto, caso deseje, pedir a sua exclusão, a exemplo do
que já existe no caso dos servidores. A Abrapp está conversando a
respeito com as demais representações da sociedade civil no CNPC.
Protagonismo
assumido - Mesmo porque, dizia já na coletiva à imprensa o Presidente
Luís Ricardo, “o sistema tem mesmo a curto e médio prazo um potencial muito
grande”. Ele estimou em 15 milhões o contingente de brasileiros que podem
ser incluídos, o equivalente a 16% da População Economicamente Ativa (PEA), em
um horizonte de tempo razoavelmente próximo. Luís Ricardo exemplificou:
“Atualmente perto de 500 mil pessoas trabalham em empresas que oferecem planos
complementares a seus empregados e, apesar disso, não participam”. Para que
essa perspectiva mais positiva se materialize é suficiente que instituições de
mercado e o governo assumam o seu protagonismo, as primeiras apoiando o Plano
de Fomento da Poupança Previdenciária e o segundo adotando políticas
públicas verdadeiramente fomentadoras.
Afinal,
as instituições de mercado estão entre as primeiras que podem ganhar com o
crescimento dessa poupança e, na outra ponta, as que mais podem perder caso as
reservas venham a se exaurir por falta de novas contribuições,
interrompendo assim o fluxo de investimentos. Já uma participação ativa do
governo é tida como imprescindível para se alcançar um sistema mais simples,
flexível, desburocratizado e renovado no formato dos planos que tem a oferecer.
São vistos como da maior importância também incentivos fiscais, que as
primeiras conclusões de um estudo em andamento, produzido pelo Instituto
Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV, já mostram produzir “uma renúncia
fiscal mínima”, lembrando que os brasileiros que declaram o IR pelo modelo
simplificado não contam com qualquer estímulo, bem como as empresas do regime
de lucro presumido ou os “PJs”.
Adequadamente
fomentado, o sistema será capaz de multiplicar a poupança interna, fornecendo
os recursos de que a economia brasileira tanto precisa para financiar a
produção e a renovação da infraestrutura.
Conselhos -
Reunido ontem, o Conselho Deliberativo da Abrapp elegeu a sua mesa
diretiva. Para a Presidência foi reconduzido Gueitiro Matsuo Genso (Previ),
ficando a Vice-presidência com José Ribeiro Pena Neto (Forluz), a 1ª Secretaria
com Sílvio Rangel (Fibra) e a 2ª Secretaria com João Carlos Ferreira (HPPrev).
Já o Conselho Fiscal da
Abrapp, também reunido pela primeira vez nessa segunda-feira, conduziu à sua
Presidência Sérgio Egidio (Icatu FMP), enquanto o do Sindapp elegeu para
presidi-lo Luiz Celso Ferreira Lemos (Mongeral).
Diário dos Fundos de Pensão