Valor Econômico traz hoje
especial de Seguros
Os principais
temas são os efeitos das mudanças climáticas, o uso de inteligência artificial,
riscos cibernéticos e longevidade
O jornal Valor
Econômico traz hoje um especial sobre seguros com 19 matérias.
Entre elas,
a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg),
em parceria com agência da ONU, desenvolveu ferramentas de auxílio às empresas
do setor para melhor enfrentarem os impactos provocados pelas mudanças
climáticas.
Realizado ao longo de 15 meses (de julho de 2022 a outubro de
2023), o projeto desenvolveu o Mapa de Calor, uma ferramenta para apresentar
uma visão macro da exposição geográfica brasileira a 11 riscos climáticos
físicos, considerando dois cenários climáticos (aumento de 2°C e de 4°C) e dois
horizontes temporais (2030 e 2050).
A CONTA DO CLIMA
A cobertura de
danos causados por catástrofes pode não ser novidade para o mercado de seguros,
mas as mudanças climáticas têm colocado componentes adicionais nessa conta.
A
frequência e a severidade com que os eventos extremos têm ocorrido acendem o
alerta do setor em relação a coberturas e modelagens de classificação de risco.
O país, que não tinha histórico de grandes perdas provocadas por desastres
dessa natureza, vem registrando números de catástrofes cada vez mais intensos,
como as enchentes no Rio Grande do Sul, que teve perdas de quase R$ 6 bilhões,
de acordo com fontes da indústria.
FINANCIAMENTOS A CIDADES
Seguradoras estão
propondo mudanças em regulamentações para facilitar os investimentos em
projetos de mitigação e adaptação das cidades à crise climática.
A ideia é
estimular as obras necessárias agora, para evitar desembolsos maiores no futuro
em indenizações para cobrir eventuais danos causados por eventos climáticos
extremos.
GUERRAS
O total de
prejuízos para o setor de seguros e resseguros causado por guerras em curso no
mundo é uma cifra bilionária que continua a crescer no mesmo ritmo da escalada
das tensões.
Tanto a guerra entre Rússia e Ucrânia como o conflito entre
Israel, de um lado, e Hamas e Hezbollah, do outro, parecem longe de um final.
RESSEGURO
O aquecimento
global provoca aumento na incidência de catástrofes climáticas. Mais seguros
contra danos são feitos.
As seguradoras recorrem às resseguradoras para
garantir que conseguirão prover os ressarcimentos, em caso de sinistro.
Resumidamente, esse é o ciclo que faz crescer as cifras no mercado de
resseguros, foco de empresas como o IRB(Re), que, com 85 anos de atuação,
lidera o setor de resseguros no Brasil, tendo 17% do mercado e contabilizando
R$ 6,5 bilhões em prêmios vendidos às seguradoras em 2023.
LRS
Um novo
instrumento financeiro para lidar com riscos catastróficos chamado LRS (Letra
de Risco de Seguro), regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) neste
ano, aguarda aval da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para
autorizar as sociedades seguradoras de propósito específico (SSPE) interessadas
em atuar no Brasil.
“A expectativa é que algumas sejam autorizadas em breve”,
diz o diretor da Susep, Carlos Queiroz, sem revelar quais. Dois nomes,
entretanto, são dados como certos: Andrina Seguros, ligada ao IRB (Re), e uma
vinculada ao fundo Galapagos Capital.
PL DE SEGUROS
O novo marco legal
de seguros, ou Lei do Contrato de Seguro, completou 20 anos de tramitação em
2024 e irá passar novamente pela Câmara dos Deputados.
Entre outras medidas, o
Projeto de Lei 2.597/24 proíbe a extinção unilateral do contrato pela seguradora
e a criação de um questionário de avaliação de risco, a ser preenchido pelo
segurado no ato da contratação.
AI
As aplicações de
inteligência artificial generativa (IAGen) em seguros ainda estão em teste, mas
já surgem resultados em assistentes digitais, desenvolvimento de softwares e
ferramentas de produtividade ou relacionamento com o cliente.
Cuidados são
essenciais em um setor com informações pessoais abundantes.
SEGURO DE VIDA
A pandemia de
covid-19 trouxe uma nova realidade para o mercado securitário no Brasil,
impulsionando o crescimento das vendas de seguros de vida e mudando a percepção
dos consumidores sobre a importância da proteção financeira.
Com o avanço da
digitalização e a introdução de novas tecnologias, como a inteligência
artificial, seguradoras registraram crescimento significativo ao personalizar
produtos e integrar soluções de saúde e vida, tendências que devem moldar o
mercado nos próximos anos.
DOENÇAS GRAVES
Vem ocorrendo um
forte aumento da procura por seguros para doenças graves no Brasil.
Fatores
como histórico familiar de enfermidades, maior longevidade e predisposição ao
planejamento financeiro para o futuro são algumas das razões dessa tendência,
que é notada principalmente entre as mulheres – e entre elas, se destacam
aquelas que são chefes de família ou que contribuem no orçamento familiar,
afirma Carlos Cortez, vice-presidente de marketing e clientes da Prudential do
Brasil.
LONGEVIDADE
A indústria da
previdência acelera seu crescimento em ritmo histórico, acompanhando uma
população que se torna mais velha e longeva.
Parte da explicação vem da
percepção de que o brasileiro está mais preocupado com a qualidade de vida na
aposentadoria e com as dificuldades financeiras que pode vir a enfrentar.
SAÚDE
Cresce no mercado
de saúde suplementar o número de operadoras que oferecem Atenção Primária à
Saúde (APS), tanto como cuidado dos beneficiários como para reduzir impactos
financeiros gerados pelo envelhecimento de suas carteiras.
Nos últimos 12 anos,
a população com mais de 60 anos cresceu 57,4% no Brasil.
PREVIDÊNCIA
O setor de seguros
quer ofertar uma modalidade inédita no Brasil, mas popular nos Estados Unidos.
Lá, o chamado “universal life” funciona como um híbrido de seguro de vida e
previdência, permitindo resgates.
Por aqui, o vida universal, em fase de nova
regulamentação pela Susep, permite o uso dos recursos acumulados para eventuais
atrasos de mensalidades.
CARROS ELÉTRICOS
A expansão dos
carros eletrificados impulsiona a venda de seguros para esse tipo de veículo.
Na Allianz, as emissões dessas apólices cresceram cerca de 120% entre janeiro e
setembro de 2024, sobre o mesmo período de 2023.
Na Tokio Marine, a alta foi de
70%. Apesar do volume crescente no segmento, as seguradoras ainda usam métricas
dos veículos a a combustão para avaliar risco e prêmios dos eletrificados.
“Estamos no primeiro ano de avaliação da demanda por este produto”, diz Eduardo
Menezes, superintendente de produto auto da Bradesco Seguros.
SEGURO CIBERNÉTICO
Com investimento
anual de cerca de R$ 50 milhões em tecnologia e pessoal para segurança nas
operações, a +A Educação — plataforma especializada em soluções tecnológicas e
de conteúdo para instituições de ensino superior —, passou a investir em seguro
cibernético há quatro anos.
SEGURO TRANSPORTE
O aumento da
violência e a entrada em vigor de uma nova legislação estão impulsionando a
procura por coberturas para o transporte de mercadorias.
Hoje o Brasil só perde
para o México no ranking dos países com maior número de roubos de carga — foram
17 mil ocorrências em 2023, ou duas por hora, nas estradas brasileiras.
OPEN INSURANCE
O cenário de
compartilhamento de dados e transações, com consentimento, do usuário de
seguros (o open insurance, ou Opin), mira o pote de ouro no fim do arco-íris: a
integração total do sistema financeiro sob o open finance.
INSURTECHS
O surgimento de
novas empresas, em geral de pequeno porte e com foco em inovação tecnológica
tanto na gestão de riscos como na prestação de serviço ao cliente, tem ajudado
a democratizar o acesso aos seguros ao explorar nichos que não são visados
pelos grandes grupos.
SEGURO BIKE
Não há dados
oficiais, mas especialistas afirmam que o ramo de seguro para bicicletas está
em franca expansão, acompanhando o crescimento dos adeptos de um estilo de vida
mais saudável e sustentável.
Do mesmo jeito que nos carros, o seguro para
bicicletas cobre roubos e furtos, além de reparos após eventuais tombos e
colisões.
FUSÕES
Após um período
agitado no pós-pandemia, marcado por operações expressivas envolvendo grandes
corporações, as transações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês)
no setor de seguros tornaram-se mais seletivas, segundo especialistas do
mercado.
SONHO SEGURO