Fundos de pensão poderão injetar R$ 66 bilhões em investimentos de maior risco


Com a queda dos rendimentos dos títulos públicos, noticiava ontem em manchete de primeira página O GLOBO, a partir de uma análise da consultoria Aditus em cima de 250 planos, os fundos de pensão deverão direcionar em torno de 66,5 bilhões adicionais para investimentos de maior risco até o ano 2022. Mas esse valor provavelmente será ainda maior, porque nesse montante não estão computados os valores de entidades patrocinadas por estatais.

Isso poderá ajudar a elevar o investimento em infraestrutura dos atuais 1,37% do PIB, quase nada, para ao menos 4,5%, especialmente porque os fundos de pensão formam um sistema com potencial de crescimento, nota Cláudio Frischtak, da InterB Consultoria. Levantamento da Willis Tower Watson mostra que na média dos 22 maiores mercados globais a poupança previdenciária representa 67% do PIB. Frischtak diz acreditar que o encolhimento do BNDES ampliará o espaço existente para os fundos de pensão.

Guilherme Benites, da Aditus, prevê que a fatia de investimentos de maior risco na carteira dos fundos de pensão crescerá de 10,5% para 35% em 5 anos, enquanto a renda fixa encolherá de 90% para 60%. Para melhor situar o problema, o jornal cita outra vez o estudo da Willis Tower Watson, segundo o qual em 2016 era de 46% o peso das ações nas carteiras dos fundos em 7 dos maiores mercados do Mundo, contra 18%,3% no Brasil, conforme dados da Abrapp.

No entanto, o economista Bruno Conti, da Unicamp, duvida dessa transformação, porque no seu entendimento esse atual patamar de juros é fruto da recessão, não tendo ocorrido alterações estruturais. A mera queda da Selic não deverá levar a mudanças nas carteiras, porque isso dependeria de uma valorização sustentada dos ativos, o que só virá como consequência do crescimento.

O jornal lembra que a Previc prepara para este semestre um pacote de alterações na Resolução 3792, exatamente para permitir que as entidades tomem mais risco. Por exemplo, o mercado espera uma elevação das aplicações em fundos multimercados para além dos atuais 10%. Em dezembro o órgão supervisor já havia acabado com restrições que vigoravam nos investimentos no exterior. O jornal ouviu os diretores de investimentos de entidades, como a Petros e Funcesp, e recomendamos a leitura da matéria na íntegra para os leitores interessados em obter mais detalhes.



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