Credit Suisse eleva projeção para IPCA a 6,2% em
2022, com riscos inclinados para cima
O Credit Suisse aumentou sua estimativa para a alta
dos preços ao consumidor no Brasil neste ano e disse que os riscos a suas perspectivas
-que já projetam inflação bem acima do teto da meta, de 5%- estão inclinados
para uma pressão ainda maior.
O banco privado suíço espera agora que o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2022 com alta acumulada
de 6,2%, ante previsão anterior de 6,0%.
Isso deixaria a inflação acima do objetivo do Banco
Central, de 3,5% para este ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto
percentual para mais ou para menos, pelo segundo ano consecutivo, depois que o
IPCA subiu 10,06% em 2021.
O centro da meta para o ano passado era de 3,75%,
também com margem de tolerância de 1,5 ponto.
Segundo o Credit Suisse, um risco que pode
significar inflação mais baixa do que as projeções atuais seria uma possível
redução nos impostos federais sobre combustíveis e eletricidade, por meio da
PEC que já está sendo elaborada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
A PEC teria "potencial de reduzir a inflação
medida pelo IPCA em 0,9 ponto percentual, mas representa forte risco fiscal
para as já frágeis contas públicas" do Brasil, disseram Srour e Vilela.
Em relação ao impacto da inflação na conduta da
política monetária, o Credit Suisse afirmou que o Banco Central "não terá
muito espaço para desacelerar seu ritmo de aperto monetário ao longo dos
próximos meses".
O banco privado manteve expectativas de que a taxa
Selic -atualmente em 9,25% ao ano- será elevada em 1,5 ponto percentual em
fevereiro, 1 ponto em março e 0,5 ponto em maio, chegando a 12,25%.
REUTERS