Governo
vai reduzir encargo trabalhista para estimular produção e emprego, diz Guedes
Ministro afirmou que prepara ações
voltadas à recuperação da economia após a pandemia do novo coronavírus.
O
ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (14) que o
governo vai apresentar proposta de redução de encargos trabalhistas como forma
de estimular a produção do país e a geração de empregos.
Em
reunião com representantes da indústria, o ministro disse
que estão em avaliação “duas ondas” de ações voltadas à recuperação da economia
após a pandemia do novo coronavírus.
A primeira seria relacionada à
simplificação tributária e barateamento das folhas de pagamento.
“Vamos
soltar duas ondas de crescimento.
Uma de produção e emprego. Vem redução de
encargo trabalhista. Produzir emprego no país vai ser algo bom”, disse.
O
ministro não apresentou detalhes da proposta e afirmou que os pontos ainda
estão em discussão com o presidente Jair Bolsonaro.
Durante os debates sobre reforma tributária no
ano passado, Guedes e sua equipe chegaram a defender a volta de um imposto
sobre transações financeiras, aos moldes da extinta CPMF, para compensar a
perda de arrecadação que seria gerada pela redução de encargos trabalhistas.
Na
reunião desta quinta, o ministro disse que a segunda onda de recuperação virá
por meio de investimento privado após a aprovação de medidas que já eram
defendidas pelo governo antes da crise do coronavírus.
Entre
as propostas mencionadas estão o novo marco legal do saneamento, alterações nas
regras de petróleo e gás e aprimoramento de normas de logística e
infraestrutura.
“Temos
uma onda de investimentos, produção e emprego. Vamos disparar daqui a um ou
dois meses, vamos voltar para o trilho, o caminho da prosperidade turbinado”,
afirmou.
Ao
dizer que os empresários têm “acesso e intimidade” com os presidentes da Câmara
e do Senado, ele pediu apoio para que parlamentares sejam convencidos a aprovar
os textos e viabilizar os investimentos no país.
Na
reunião, Guedes deu mais sinais de que defende uma retomada das atividades nas
cidades.
Segundo ele, a preocupação de Bolsonaro sempre foi com a saúde e a
economia.
O
ministro afirmou que diversos setores têm salvado vidas ao funcionarem respeitando
protocolos de segurança.
Para ele, uma retomada com essa cautela tende a ser
mais eficaz do que o isolamento social.
“Em
várias indústrias, o que tem se observado é que os protocolos têm salvados
muitas vidas, mantido pessoas ocupadas, os sinais da economia brasileira
pulsando e salvando vidas.
As pessoas estão melhor protegidas do que se
estivessem em casa”, disse.
Na
avaliação de Guedes, a velocidade de retorno das empresas ao trabalho vai
impactar o ritmo de retomada da economia.
Durante
a conferência, empresários defenderam que Bolsonaro vete a liberação de
reajustes a carreiras do serviço público. A medida foi aprovada no Congresso no
pacote de socorro a estados.
Ao
comentar o tema, Guedes disse que o dinheiro da saúde não pode virar aumento de
salário e farra eleitoral.
O ministro afirmou que Bolsonaro deve vetar os reajustes e ressaltou que
seria “moralmente errado” uma eventual derrubada do veto pelo Congresso.
FOLHA DE SÃO PAULO