Com
contribuição importante da renda fixa e do FIP Barcelona, impulsionados pelo
fechamento das taxas e pelo IPO da resseguradora IRB respectivamente, a Previrb
conseguiu superar a meta atuarial de seus planos de benefícios no primeiro
semestre de 2017. O maior plano da entidade, da modalidade de Benefício
Definido (BD), já fechado para novos participantes e com R$ 2,65 bilhões de
patrimônio, teve retorno de 8,5% de janeiro a junho, contra a meta de INPC mais
4,34% correspondente a 3,84% no período. O plano BD tem 1,6 mil participantes,
sendo a grande maioria de assistidos.
Com o
rendimento acima da meta, o plano BD acumulou superávit de R$ 411 milhões.
Desse total, R$ 311 milhões compõem a reserva de contingência para eventuais
necessidades futuras da entidade, e R$ 80 milhões a reserva especial, que
poderá ser distribuída aos participantes no futuro após aprovação da Previc e
se os rendimentos se mantiverem positivos.
A meta
utilizada pela Previrb em seu plano BD está dentro do limite mínimo
estabelecido pelo corredor da Previc para o exercício de 2017. A fundação
chegou a pleitear a adoção de uma meta mais baixa nesse ano, de 4%, que já foi
utilizada em anos anteriores, mas as exigências colocadas pela autarquia
levaram a Previrb a desistir da ideia. “Exigiram tantos estudos que optamos por
paralisar o processo para pleitear a taxa abaixo do corredor, até porque mais
adiante o corredor deve ser menor com a queda da curva de juros”, afirma Manoel
Morais de Araújo, superintendente geral da Previrb.
O plano
de Contribuição Variável (CV) do fundo de pensão do IRB atingiu rentabilidade
de 8,67%; pela modalidade do plano não há meta estabelecida, mas o benchmark
adotado como referência, o CDI, entregou retorno de 6,49% no intervalo
considerado. O plano CV da Previrb conta com aproximadamente 500 participantes,
e soma PL de R$ 122 milhões, com superávit de R$ 7 milhões, dos quais R$ 3,2
milhões estão na reserva de contingência e R$ 3,8 milhões na especial.
João
Bosco Quadros Barros, diretor financeiro da Previrb, cita as carteiras de renda
fixa e de estruturados como as principais responsáveis pelo retorno obtido pela
Previrb no primeiro semestre. A contribuição da renda fixa para o plano BD, com
seus ativos todos marcados na curva, foi de 5,5%, e de 5,80% para o CV, que faz
uma parte da marcação na curva e outra à mercado. No caso dos estruturados, o
único ativo da entidade é o FIP Barcelona, que detém participação no IRB. Com o
IPO da resseguradora através de uma oferta secundária, a participação da
Previrb, assim como de todos cotistas, foi reduzida em 2,5%, para 7,3%.
No
primeiro semestre o retorno do FIP foi de 87%. “Devemos manter essa
participação no IRB pelo menos até outubro do ano que vem em função do acordo
de acionistas. Depois desse prazo vamos decidir o que fazer”, diz Barros.
A renda variável representa apenas 1,6% do plano BD, e 3,6% do CV; no BD
o retorno das ações foi de 8,14%, e de 2,5% no CV. O diretor financeiro explica
que a carteira do CV é mais arrojada em comparação ao BD, e sofreu mais em maio
com a turbulência vivida pelo mercado após a delação da JBS. Sobre as
perspectivas para os próximos meses, Barros aponta, a depender da evolução do
cenário político, e de seu impacto na economia, um aumento em renda variável e
no crédito privado.
Investidor Institucional