Sustentabilidade vai ganhar manual


Com lançamento marcado para outubro próximo, o Manual para Seleção e Análise de Investimentos para Fundos de Previdência Complementar Fechada será uma nova ferramenta para que as entidades incluam em sua gestão, de forma prática, as questões de sustentabilidade. A utilização dos critérios ASG (Responsabilidade Ambiental, Social e Governança) no questionário a ser aplicado aos gestores conta com a contribuição do Carbon Disclosure Project (CDP Brasil) e do PRI (Responsible Investments Project). As duas entidades atuam em parceria com a Abrapp e a sua Comissão Técnica Nacional de Sustentabilidade nessa iniciativa.

 

“Além disso, o projeto do Manual recebe ainda a contribuição da Sitawi, consultoria especializada em ASG, são portanto três grandes grupos especializados na área de sustentabilidade”, explica o diretor responsável pela CTN, Luiz Paulo Brasizza. A construção desse documento - que será apresentado em outubro, durante o 38º Congresso Brasileiro da Previdência Complementar Fechada, em São Paulo -, usa também como material de consulta os manuais já adotados pelas EFPC, os questionários da Anbima e das agências de rating.

 

Há planos, ainda, para que o Manual ganhe uma versão em inglês, de modo a ser acessível a players internacionais da área de sustentabilidade. O documento ficará disponível nos websites da Abrapp e das entidades parceiras. Para o CDP e o PRI,  é importante essa ação para que ambas possam ficar mais próximas dos gestores do mercado de investimentos no Brasil, diz Brasizza, que é também conselheiro do CDP no país.

 

Visão simples e aplicabilidade - O objetivo prático, do ponto de vista das EFPC, é facilitar o seu processo de seleção de gestores terceirizados, graças à aplicação de um questionário com perguntas essenciais sobre o assunto e cujas respostas serão úteis para entidades de todos os portes. A ideia é focar na qualidade dos gestores e seu comprometimento com os princípios sustentáveis.

 

“Os investimentos sustentáveis já são compreendidos como importantes pelos gestores das entidades, essa consciência tem crescido de maneira expressiva, mas faltam ferramentas para que eles sejam aplicados na prática”, destaca o diretor. Nesse sentido, o tratamento dado à seleção de gestores terceirizados seguirá uma visão simples e de total aplicabilidade por qualquer entidade, independente de seu porte e sem elevar custos.

 

As entidades vivem um processo vital de transformação em suas práticas ASG, com uma série de episódios que servem como “divisores de águas” tanto em governança como em questões de responsabilidade social e ambiental. “Em termos de governança já houve uma consolidação desse princípio, mas os aspectos sociais e ambientais avançam agora e devem dar um passo adiante”, avalia Brasizza. A preocupação ambiental começa a despertar mais atenção, até por conta de recentes desastres, mas muitas EFPC ainda questionam como adotar esses princípios na prática sem aumentar custos e sem restringir a atuação de seus gestores. “Como fazer” é a próxima etapa e foi para isso que decidimos lançar o Manual”. Ele começa pelos investimentos mas irá avançar para abranger outras áreas.

 

A CTN mantém uma agenda bastante atuante em 2017 que inclui, entre outras iniciativas, a realização de  evento nacional, no Rio de Janeiro, para abordar o tema “Sustentabilidade, um Dever Fiduciário”. O encontro será voltado para dirigentes e conselheiros, profissionais que poderão influenciar as decisões das entidades no que diz respeito ao conceito de investimento sustentável.  Também está na pauta a criação de um Guia de Melhores Práticas em Equidade e Diversidade, lembra Brasizza.

Diário da Previdência Complementar Fechada
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