Fabricantes de frango e carne suína preveem redução
de oferta em supermercado.
'Esticou a corda de
tal jeito que ela pode quebrar', diz representante do setor.
A indústria de carnes suína e de frango prevê
uma redução na quantidade de produtos nas prateleiras dos
supermercados e um novo patamar
de preços, mais alto.
O setor afasta o risco de faltar mercadoria, mas diz que
a oferta vai cair porque o aumento dos custos em toda a cadeia, desde a ração
até o transporte e a embalagem, tem desestimulado a produção.
“Esticou a corda
de tal jeito que ela pode quebrar”, diz Ricardo Santin, presidente da ABPA
(associação do setor).
Segundo Santin, as
empresas começam a se adequar com medidas como o abate de matrizes mais velhas
e menos produtivas.
Com o milho caro, não vale a pena mantê-las. “Para
desmanchar essa engrenagem demora um pouco, mas as empresas começam a ter de
agir, e isso vai gerar menos oferta no mercado”, afirma.
Não são casos
pontuais nem um movimento organizado, mas uma combinação dos efeitos da pressão
nos custos e nos preços ao cliente final, segundo ele. “Quando o preço fica
muito alto e o consumidor reduz a compra, a empresa começa a diminuir oferta”,
diz.
As grandes empresas exportadoras conseguem se
equilibrar, apesar do aumento de custos, mas a maioria não tem esse perfil,
afirma Santim.
O setor mandou um comunicado direto a Bolsonaro descrevendo a
situação e pedindo medidas de alívio.
A pressão vale para
outros segmentos da indústria alimentícia.
Segundo pesquisa que a Abia, associação do setor, divulga nesta
quarta (12), os preços dos materiais para embalagens seguem crescentes, como a
folha de flandres, que acumula alta superior a 60% nos últimos seis meses.
A Abia também reclama
do preço do óleo de palma, usado em chocolates, biscoitos e margarinas.
Diz que
a produção nacional é insuficiente para atender o consumo e estima que, depois
de junho, quando termina a safra do vegetal,
FOLHA DE SÃO PAULO