Inflação


Apesar de pressão inicial, inflação para 2019 está sob controle, dizem analistas.  Estimativa do mercado para o IPCA de 2019 está dentro da meta do governo

A inflação de 0,57% em abril desacelerou em relação aos 0,75% de março, mas ficou no nível mais alto para o período desde 2016. Isso considerando dados do IBGE que não descontam efeitos sazonais. 

Março já havia registrado o maior patamar para o mês desde 2015. 

Ainda assim, analistas não veem, até o momento, riscos de pressão inflacionária para 2019, sobretudo em um contexto de crescimento econômico fraco e desemprego alto, o que limita repasses de preços e deixa a demanda do consumidor na retranca.

Mas quem olha para o IPCA (índice considerado a inflação oficial do país) acumulado em 12 meses, pode levar um susto. Até abril, está em 4,94%. 

O número ainda carrega o repique de 1,26% na inflação de junho do ano passado, reflexo da paralisação dos caminhoneiros de maio e da crise de abastecimento que ela gerou.

Em um exercício para "limpar" o impacto da greve, Alex Agostini, economista da agência classificadora de risco Austin Rating, calcula que o IPCA acumulado poderia estar na casa de 4,36%. 

A agência trabalha com uma estimativa de 4,2% ao final do ano, um pouco acima da média apresentada no levantamento do último Boletim Focus, do Banco Central, de 4,04%. As projeções estão dentro da meta do governo para 2019, que é de 4,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Agostini chama a atenção, porém, para um aumento de preços mais prolongado nas carnes devido à restrição de oferta na China.

Com o alastramento da peste suína no país, o gigante asiático poderá ter um déficit de 10 milhões de toneladas de carnes neste ano. Os chineses já precisaram abater cerca de 17% do seu rebanho de 700 milhões de porcos. Dependentes da carne suína, vão ter de recompor a demanda com outros tipos de carne.



FOLHA DE SÃO PAULO
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