CENÁRIO ECONÔMICO


BRASIL

  • Conjuntura

A chegada do Coronavírus (Covid-19) em outros países além da China, inclusive ao Brasil, disseminou uma onda de aversão ao risco nos mercados, em meio aos temores de que a doença possa paralisar a economia mundial, mesmo que temporariamente.

O Ibovespa caiu 8,37% na última semana do mês, que foi marcada pelo feriado de Carnaval e teve apenas três pregões. Este foi o pior desempenho desde a semana encerrada em 5 de agosto de 2011. Naquele período, o Ibovespa caiu 9,99%.

O desempenho da bolsa brasileira na semana foi melhor do que os índices acionários de Nova York. O Dow Jones perdeu 12,36%, o S&P 500 -11,49% e o Nasdaq -10,54%.

Os ativos no Brasil acabaram seguindo a dinâmica internacional e assim permaneceram nos dias seguintes. O destaque negativo ficou para a queda da bolsa, liderada pelas ações de empresas dos setor de commodities.

No curto prazo, os efeitos no PIB mundial serão relevantes, mas a tendência será de uma estabilização ao longo do ano. Entendemos como exagerado o movimento visto nos preços dos ativos no mercado. Assim, uma vez que o choque se dissipe, esperamos a normalização dos preços, mantendo nossa visão construtiva para o ano.

  • Câmbio

As intervenções do Banco Central no mercado de câmbio em cada um dos últimos três pregões ajudaram a suavizar a alta do dólar no Brasil. Em uma semana onde o coronavírus finalmente se traduziu em forte aversão ao risco, a moeda brasileira teve uma depreciação apenas moderada se comparada aos pares emergentes.

No mês de fevereiro, a moeda americana acumulou alta de 2,01% na última semana contra o real, metade do avanço registrado frente a divisas como o peso mexicano (4,20%), o rublo russo (4,40%) e o rand sul-africano (4,00%).

Internamente, permanece a dúvida sobre se o BC irá manter a postura de anunciar leilões pontuais de swap, como ocorreu ao longo desta semana, em especial após a mudança de sinalização do Fed, que pode acalmar os mercados.

Em fevereiro, o dólar acumulou valorização de 4,56%, a maior para o mês também desde 2015 (6,19%). Em janeiro deste ano, já havia disparado 6,8%. No acumulado de 2020, a alta é de 11,67%.

  • Juros

No momento em que medidas adicionais de estímulos à economia são discutidas em todo o globo devido ao potencial choque vindo pelo novo coronavírus, o debate em torno de novas reduções na taxa Selic volta a bater à porta do Banco Central.

Embora a autoridade brasileira tenha interrompido o ciclo de flexibilização monetária, agentes financeiros voltam a indicar que a Selic pode testar novas mínimas históricas ainda neste ano diante do cenário mais desafiador para a retomada da atividade econômica.

A piora do sentimento do investidor em todo o mundo continuou se refletindo sobre o spread do contrato de 5 anos de CDS, uma medida de risco-país. O CDS saiu de 102 para 132 no mês.

Após a sinalização de que o Fed (Banco Central Americano), BoJ (Banco Central do Japão) e o BCE (Banco Central da Europa) devem estimular a economia, as curvas precificaram novas quedas na taxa Selic.

  • Bolsa

O mês foi de muita volatilidade na bolsa Brasileira, principalmente causada pelo vírus, oriundo da China, que vem se propagando pelo mundo. O Ibovespa fechou fevereiro de 2020 com queda de 8,43%.

Interessante notar que grande parte queda do Ibovespa vem dos papéis de cíclicos globais (bancos e commodities).

Investidores estrangeiros continuam retirando dinheiro de maneira expressiva do mercado secundário de ações brasileiro. No ano passado, o volume de retiradas ficou R$ 44,5 bilhões acima dos aportes na B3, superando até mesmo o fluxo negativo da crise financeira entre 2008 e 2009.

Na ultima semana do mês, a bolsa teve recorde de recursos estrangeiros saindo do país. Isso se deu em contraste a um grande aporte por parte de investidores institucionais e pessoas físicas.

 



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