Governo adia mudança de meta
fiscal, e Haddad ganha tempo para negociar receitas.
Lula
descarta mensagem presidencial e decisão sobre meta não deve ser tomada nesta
semana, dizem aliados.
Aliados
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
passaram a descartar o envio ainda nesta semana de uma mensagem para modificar
a proposta de meta fiscal de 2024, como chegou a ser discutido no governo.
Com
a decisão, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) ganha mais
tempo para tentar convencer o restante do governo a postergar uma
flexibilização da meta, além de estender no Congresso a análise de medidas que
podem elevar receitas da União.
Hoje,
a proposta enviada pelo Executivo é de zerar o déficit primário já no ano que
vem. A medida, no entanto, enfrenta ceticismo no mercado e resistências entre
aliados.
O cenário mais discutido até agora é de uma meta com déficit de 0,5%
do PIB (Produto Interno Bruto).
Falta
dinheiro para fechar a conta. Haddad tem buscado receitas e insiste em zerar o
déficit.
Nesta
semana, por exemplo, o governo tem previstas reuniões com parlamentares para
tentar destravar a proposta que altera as regras de subvenção do ICMS e pode
gerar R$ 35 bilhões em 2024. A medida é uma das prioridades de Haddad.
A partir da votação desta terça, a meta só
poderá ser alterada por meio de uma emenda apresentada por algum parlamentar.
O
governo continua com a possibilidade de enviar um ofício ao relator pedindo a
modificação, mas sem poder mais alterar a proposta diretamente.
FOLHA DE SÃO PAULO