Candidatos dedicam
apenas dois parágrafos de proposta e não detalham mudanças.
Tema impopular que
o atual governo não conseguiu superar no Congresso, uma reforma no sistema de
aposentadorias é assunto delicado para os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
Cada um dedicou
apenas dois parágrafos da proposta de governo ao item Previdência e nenhum deles chegou a
detalhar possíveis mudanças que podem afetar a aposentadoria dos brasileiros.
O economista Pedro
Fernando Nery, consultor do Senado, afirma que o próximo presidente eleito terá
de enfrentar o tema, mas aponta que os candidatos não querem tratar de um
tópico tão delicado durante a campanha.
“O tema foi objeto de uma onda de desinformação
muito grande nos últimos dois anos, então é um assunto maldito para essa
campanha tão polarizada. É muito difícil uma proposta com um mínimo de detalhe
sair agora”, diz.
Nery aponta que
pior que a falta de detalhes seria os candidatos fazerem falsas promessas aos
eleitores. “O pior cenário é o de estelionato eleitoral: o acirramento da
disputa levar a promessas falsas ou mentiras, que teriam de ser desfeitas a
partir de novembro.”
De forma genérica,
a proposta do PT fala em promover equilíbrio e justiça na Previdência e defende
medidas “para combater, na ponta dos gastos, privilégios previdenciários
incompatíveis com a realidade da classe trabalhadora”. O texto também defende
convergência dos regimes de aposentadoria de servidores da União, Estados e
municípios com o regime geral.
FOLHA DE SÃO PAULO