Por que empresas de tecnologia estão sofrendo
perdas históricas na Bolsa americana.
Desde o início do
ano, o valor de mercado do Facebook, Apple, Amazon, Microsoft e Google somados
caiu R$ 13,8 trilhões.
Depois de atingir
lucros espetaculares durante a pandemia, o mercado de ações vem registrando um ano
ruim em 2022.
Os investidores vêm
sofrendo perdas, mesmo aqueles que apostaram em papéis considerados seguros,
como os das empresas de tecnologia, que vinham trazendo
bons resultados há anos - até agora.
No centro de Nova York, nos Estados Unidos, rodeada pelas luzes e painéis
eletrônicos da Times Square, fica a Nasdaq, a bolsa de valores especializada em empresas de tecnologia.
Até 15 de
junho, o índice Nasdaq, que reflete as oscilações do conjunto de ações
comercializadas naquela bolsa, caiu quase 32%.
Nem as chamadas "big techs", como
a Meta (controladora do Facebook), Amazon, Netflix, Apple e Alphabet (controladora do Google), escaparam,
sofrendo quedas percentuais na casa de dois dígitos.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
Os mercados são
voláteis. O ânimo dos investidores, o que eles esperam que aconteça no futuro,
é o que determina os preços das ações na bolsa.
E, em 2022, a tendência dos
investidores tem sido de desfazer-se desses ativos, porque eles entendem que
não receberão o retorno esperado.
Existem vários
fatores influenciando o ânimo atual dos investidores.
O primeiro é a inflação
alta, um fenômeno generalizado no mundo em 2022.
Nos Estados Unidos,
por exemplo, o índice anual chegou a 8,6% em junho, o maior dos últimos 40
anos. A inflação traz incertezas, o que é ruim para os mercados.
A alta do custo do
crédito também tornou mais atraentes os investimentos em bônus do Tesouro
norte-americano, o que fez com que parte do fluxo de capitais fosse
redirecionado para esse tipo de ativo, que é visto como mais seguro.
Mas isso
esfria a economia e reduz as expectativas de lucros das empresas, tornando suas
ações menos atraentes.
Esses dois fatores
somados produzem uma bomba econômica conhecida como estagflação: a redução da
atividade econômica com constante alta de preços.
E, quando as pessoas têm
menos dinheiro no bolso, elas tendem a gastar menos em artigos não essenciais.
Aliado a isso, os confinamentos impostos na
China devido à Covid-19, a guerra na Ucrânia e a possibilidade de novas crises
sanitárias aumentam as dúvidas na equação.
BBC NEWS BRASIL